Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade desafia a sociedade a uma “nova atitude” diante da reinserção dos reclusos
Fátima, 10 fev 2018 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana disse hoje que, após as penas, os reclusos têm de encontrar uma “nova atitude” na sociedade, que deve capaz de os integrar” porque não há “condenados para sempre”
“Não podemos ter as pessoas condenadas para sempre” afirmou D. José Traquina à Agência ECCLESIA durante o XIII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária, termina hoje em Fátima.
Para o responsável pelo setor social na Conferência Episcopal Portuguesa, a pessoa que cumpre uma pena tem de redescobrir uma “nova atitude face á sociedade” e a sociedade deve ser capaz de “integrar a pessoa que tem uma nova disposição”.
“É possível, Há uma percentagem pequena de insucesso. A grande maioria dos reclusos são pessoas reintegradas, desde que alguém lhes dê horizonte de vida”, disse o bispo de Santarém.
Para D. José Traquina, “é bom que a sociedade tenha formas de integração, acolhimento” e não “pense apenas” o desenvolvimento económico, “deixando pessoas para trás”.
“O desenvolvimento da sociedade tem de ser integral, de toda a realidade humana. Não interessa um desenvolvimento que não integre estas pessoas”, afirmou.
O presidente da Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana manifestou a disponibilidade dos Serviços de Assistência Espiritual e Religiosa nas prisões e dos voluntários a eles ligados para “apoiar estas pessoas ajudando-as a serem felizes”
“No ano de 2017 aconteceram 1900 ações voluntários e ligados às capelanias junto dos reclusos. Interessa que tudo o que é desenvolvido nesta área tenham impacto no exterior, na sociedade”, acrescentou.
Decorre em Fátima até hoje o XIII Encontro Nacional da Pastoral Penitenciária sobre o tema “Voluntariado e prisões: constatações e desafios”, onde foi assinado um protocolo entre a Direção Geral dos Serviços Prisionais e a Cáritas Portuguesa para coordenar o voluntariado em ambiente prisional, tanto o ligado às capelanias como o social, para “ir ao encontro dos problemas concretos” dos reclusos.
JCP/PR