Pela primeira vez, no passado Sábado, 7 de Julho, uma parte das mais de 250 vozes que estão a preparar a oratória Fátima, sinal de esperança para a humanidade encontrou-se numa jornada de trabalho no anfiteatro do Centro Pastoral Paulo VI, no Santuário de Fátima. Em palco: um piano e o maestro Mário Nascimento, a dirigir mais de cem vozes, colocadas nos bancos da frente do anfiteatro. Nove coros estavam presentes mas ainda não são todos, porque um grupo do Alentejo não pôde deslocar-se a Fátima e o coro infantil do Santuário de Fátima também não pôde estar presente, porque muitas crianças se encontram de férias com as famílias. No total, a oratória integrará mais de 250 vozes de onze grupos corais da zona de Leiria e do Alentejo, para além dos solistas. A maioria dos coros tem em comum o facto de terem interpretado há pouco tempo a Cantata de Santo Agostinho. A seguir atentamente o ensaio, encontrava-se o compositor Padre António Cartageno, que escreveu a música para o texto organizado por A. Aparício e J. Paulo Quelhas, com base nas “Memórias da Irmã Lúcia”. Ao final da manhã de ensaios, uma pergunta ao autor da música. Qual o balanço que já é possível fazer? “Deixe-me ser objectivo. Faço um balanço francamente positivo. Houve muito trabalho de casa, dos coros individualmente, e, agora, as pessoas estão a juntar-se pela primeira vez. Já dá uma ideia da grandiosidade da obra. E ainda aqui falta a orquestra (Filarmonia das Beiras, de Aveiro), que virá dar mais força e mais peso à obra”, responde o Pe. Cartageno, que acrescenta “Estou contente, é isto que eu esperava”. Após o almoço, o grupo continuou com os ensaios, até ao final da tarde. Muitas das pessoas, em especial as do Alentejo, tinham-se levantado cedo, pelas 5h00 da madrugada, mas não era por isso que esmoreciam. A atenção às indicações do Maestro era notória. Por ocasião da celebração do Ano Agostiniano na Diocese de Leiria-Fátima, o P. António Cartageno e o Maestro Mário Nascimento trabalharam juntos para a Cantata “Santo Agostinho – o cantor da sede de Deus”, com música do sacerdote compositor e direcção pelo jovem maestro. “Já conhecia bastante bem a forma de escrever do P. Cartageno. Tive aulas com ele e somos muito amigos”, diz o Maestro Mário Nascimento. “Como dirigi a Cantata (de Santo Agostinho) não tive surpresa em termos do trabalho desenvolvido pelo compositor, mas este trabalho traz novidade”, explica Mário Nascimento que considera que a Oratória Fátima, sinal de esperança para a humanidade é “uma peça maior, vai envolver mais solistas, vai envolver prestações teatralizadas e harmonicamente é mais completa. É um passo em frente dado pelo compositor”. “Está a ser uma experiência francamente positiva, porque estamos a avançar com os passos certos”, acrescenta Mário Nascimento. Sábado passado ensaiaram os coros, após os ensaios individuais, coro a coro. Dentro em breve o ensaio será pelos solistas junto com a Filarmonia das Beiras. Depois, outro ensaio será para as crianças do coro infantil. Mais próximo das datas de apresentação, os ensaios gerais. Para Mário Nascimento esta obra tem um aspecto visivelmente notório, o facto de ser uma peça de “um grande compositor que é também uma pessoa ligada à fé e que, com este trabalho, quer mostrar essa fé”. “Quem puder receber os dois aspectos (música e fé) melhor, quem só puder captar um deles já valeu a pena”, conclui o Maestro. A primeira apresentação da Oratória está agendada para 11 de Outubro, no Centro Pastoral Paulo VI, 21h30, integrada no programa do Congresso “Fátima para o Século XXI”, que terá lugar de Fátima de 9 a 12 de Outubro. A segunda e grande apresentação ocorrerá na tarde de 13 de Outubro, já na Igreja da Santíssima Trindade, obra actualmente em Construção no Santuário de Fátima.