Primaz da Polónia fala da espionagem comunista a João Paulo II

O falecido Papa João Paulo II terá sido espiado pelo regime comunista polaco mesmo dentro do Vaticano. A convicção é manifestada pelo Cardeal Josef Glemp, primaz da Polónia, em entrevista à agência ANSA. O Arcebispo de Varsóvia acredita que em breve se saberá “a verdade” sobre o atentado contra João Paulo II, a 13 de Maio de 1981. “Ele foi espiado, com certeza que foi espiado”, até mesmo “no Vaticano, onde havia espiões. Realmente, Moscovo tinha muito interesse em saber o que acontecia em Roma, com um Papa polaco”, explicou o Cardeal Glemp. Nesta entrevista, o Primaz da Polónia lembra como era a vida sob o regime comunista e quais eram as restrições impostas aos religiosos: “Vida dura. Ninguém escapava ao controlo, todos os religioso na Polónia tinham um ficheiro, eu também, nos escritórios dos serviços secretos havia o dossier de cada um de nós”. “Infelizmente, neste clima também havia sacerdotes colaboradores a vários títulos. Calcula-se que 15% do clero tinha relações com os serviços secretos e fornecia informações. A maioria do clero, 85%, pelo contrário, resistiu”, acrescentou. O Cardeal Glemp considera “um grave problema” a actual abertura dos arquivos secretos comunistas e a divulgação dos nomes de padres espiões. Entre eles estaria o Pe. Konrad Heimo, o frade dominicano que sempre se ocupou de acolher os peregrinos polacos em Roma, nas audiências de João Paulo II. “Isso é provado pelos documentos e pelas cartas que foram publicadas no ano passado. Pessoalmente, estou convencido de que o padre Heimo fazia denúncias, relatórios”, indicou o Primaz da Polónia.

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