Conselho de Administração do Instituto para as Obras Religiosas lamenta acontecimentos que conduziram ao voto de desconfiança
Cidade do Vaticano, 25 mai 2012 (Ecclesia) – O presidente do Instituto para as Obras Religiosas (IOR), comummente conhecido como banco do Vaticano, foi afastado do cargo esta quinta-feira pelo Conselho de Supervisão.
“Durante a reunião ordinária do Conselho de Supervisão do Instituto para as Obras Religiosas, a 24 de maio de 2012, às 14h00, este Conselho adotou uma moção de desconfiança ao presidente Gotti Tedeschi e recomendou a cessação do seu mandato como presidente e membro do Conselho”, refere um comunicado publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Os membros do Conselho lamentam os acontecimentos “que conduziram a este voto de desconfiança mas acreditam que esta decisão é importante para manter a vitalidade do Instituto”, refere o comunicado.
O portal de informações do Vaticano adianta que o afastamento foi motivado pela crescente apreensão dos membros do Conselho de Supervisão relativamente aos destinos do Instituto, e apesar dos esforços repetidos para comunicar essas preocupações a Gotti Tedeschi a situação deteriorou-se mais.
O Conselho está agora empenhado na procura de um novo presidente que ajude o IOR a “restaurar relações efetivas e mais amplas entre o Instituto e a comunidade financeira, baseadas no respeito comum das normas internacionalmente aceites pela banca”, anuncia a nota.
A Comissão dos Cardeais vai hoje avaliar as consequências da decisão tomada pelo Conselho e decidir a estratégia futura, revela a declaração emitida pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
O presidente deposto foi nomeado em 2009, após o Papa Bento XVI ter decidido adaptar o IOR às regras internacionais de transparência financeira.
Gotti Tedeschi, antigo presidente do Santander Consumer Bank, foi indicado para o cargo após a renúncia do presidente cessante, Angelo Caloia, e do seu conselho.
O IOR não é um banco no sentido comum do termo mas uma entidade que administra os bens das instituições católicas, aplicando os lucros no apostolado religioso e caritativo.
RJM/OC