Presidente da Comissão Episcopal das Missões quer «centros missionários nas paróquias»

«Leigos estão nos locais certos do mundo para evangelizar» D. António Couto afirma que Portugal, tal como acontece noutros países, tem de promover “centros missionários nas paróquias”. Tal como existem catequistas e outros agentes de pastoral, assim também devem existir “centros que dinamizem e activem todas as pessoas para a missão”, explica o Presidente da Comissão Episcopal das Missões à Agência ECCLESIA. O Presidente e Bispo auxiliar de Braga, a participar no Congresso Missionário Nacional que Fátima acolhe até ao próximo Domingo, aponta que a atitude de espera não pode pautar as acções dos cristãos. “A maioria das pessoas está fora da Igreja. Somos nós que temos de ir ter com elas. Os padres não podem, nem devem fazer isso tudo. Temos de preparar pessoas para ir ao encontro”. A Igreja portuguesa tem um “nível razoável de missão e evangelização”. O Bispo auxiliar aponta que “não estamos num estado baixo, mas podemos fazer mais e melhor”. E a melhor forma de o fazer é “animando e dinamizando os fiéis leigos que actualmente são muito importantes na missão”. D António Couto lembra o papel que, em especial, as mulheres assumem nas missões “Actualmente as mulheres representam quarto quintos dos missionários, quando há uns anos atrás eram, na sua, maioria homens”. O mundo está “aberto para esta dimensão e há cada vez mais pessoas a chegar onde estão as pessoas”. O Presidente da Comissão Episcopal das Missões aponta uma transferência de acções dos sacerdotes para os leigos. “Os textos modernos da Igreja apontam mesmo que onde não houver um laicado sério no meio do mundo, a Igreja não está implantada”. Acrescenta por isso que, não basta uma hierarquia “é preciso um laicado sério nos locais onde as pessoas estão, nas famílias, nas escolas, nas fábricas, pois ai é que corre a vida”. Estes são os locais por onde “passa a mensagem do Evangelho e não nas sacristias, no salão paroquial ou nas igrejas”. O sacerdote terá de ser “um dinamizador e um estimulador de bons cooperadores”, contrariando um hábito de o padre “fazer tudo e ser protagonista”. O assumir verdadeiramente a missão terá de “passar pelas paróquias”. D. António Couto afirma que a “paróquia é a casa de Deus no meio das casas dos homens. É fundamental avivar a paróquia com grupos de leigos sérios, de evangelização, que acompanhem as pessoas e que acolham quem vem de fora”. O Bispo aponta ainda grupos que formem os jovens e que saibam estar presentes no sofrimento “contrariando o facto de tantas pessoas morrerem sozinhas”. O Presidente da Comissão Episcopal das Missões afirmou que o Congresso Missionário Nacional começou da melhor forma. D. José Policarpo dirigiu “palavras de reflexão séria, transversais ao mundo de hoje, com uma descrição muito concreta sobre a realidade”. O Bispo afirma ainda que a evangelização ocorre no mundo. “Não evangelizamos paredes, mas pessoas que vivem no mundo. É importante ver o que se passa no mundo para se saber também dizer uma palavra concreta de evangelização”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top