Presidente da CEP homenageia Chiara Lubich

D. Jorge Ortiga fala das suas vivências junto da fundadora dos Focolares, mulher que «antecipou» o Vaticano II O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, manifestou a sua sentida homenagem à fundadora do Movimento dos Foclares, Chiara Lubich, falecida na madrugada desta Sexta-feira aos 88 anos. Em declarações à Agência ECCLESIA, o Arcebispo de Braga lembra uma pessoa “que amava a vida e ensinou outros a viver”, tendo acabado por “morrer entre os seus, por quem ela foi dando a vida e formou para um ideal que é esta escolha permanente de Deus”. Chiara Lubich tornou-se conhecida em todo o mundo pelo seu trabalho em favor da unidade, da paz e do diálogo entre povos, religiões e culturas. Para D. Jorge Ortiga, estamos na presença de alguém que dedicou toda a vida à unidade, “uma unidade que supõe dois ou mais, que estão unidos no amor de Jesus Cristo”. Ao longo da sua vida de Bispo, foram várias as oportunidades em que ambos se encontraram. O presidente da CEP assegura que foi sobretudo para “ouvir” uma pessoa que, com a sua espiritualidade, “antecipou o Concílio Vaticano II” e que deu sempre “prioridade ao espiritual” em tudo o que sugeriu e viveu. Falando numa espiritualidade “comunitária”, o Arcebispo de Braga refere a necessidade de “tornar a Igreja casa-escola de comunhão”, algo que marca o carisma focolarino. Chiara Lubich promoveu este esforço junto de fundadores de outros movimentos católicos, mas também com comunidades de outras religiões, algo fundamental “nesta noite escura da cultura, da ausência de Deus”. “Sabemos que o movimento focolar sublinha muito o amor a todos, que passa por se identificar com os outros e dar-lhes aquilo de que têm necessidade”, aponta. No esforço por estar ao lado dos pobres, refere D. Jorge Ortiga, é preciso perceber que “a primeira pobreza é a pobreza de Deus” e que é preciso ir ao encontro dos outros “não para condenar, para julgar, mas para apresentar o rosto de Cristo”. D. Jorge Ortiga admite que este carisma o ensinou “a ser padre”, no “amor a cada pessoa, sem excluir ninguém”, com uma dimensão “estrutural”, dentro da Igreja, que leva a sentir como seus “os outros movimentos” e cada paróquia “como sua”, vivendo o sacerdócio “em comunhão com todos”. “Foi talvez daí que me surgiu este gosto de viver para os sacerdotes, como campo de acção”, confessa. O Arcebispo de Braga lembra que escolheu como lema episcopal a unidade, “unidade que não significa uniformidade, mas respeito pela diversidade, e reconhecer que é possível fazer de muitos, na sua originalidade, uma coisa só”. LFS/OC

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