Beja, 24 Jan (Ecclesia) – O bispo de Beja, D. António Vitalino, manifestou a sua preocupação pelo nível da abstenção nas presidenciais do último Domingo (mais de 53%), responsabilizando os candidatos a estas eleições pelo sucedido.
Na sua nota semanal para a «Rádio Pax», hoje divulgada, o prelado considera que a “falta de clareza e de verdade nas afirmações e posições dos candidatos levou à vitória da abstenção”.
“Embora eu seja partidário do dever cívico de votar, mesmo que não nos revejamos inteiramente em nenhum dos candidatos, por estes e outros motivos compreendo o desinteresse da maioria dos meus concidadãos. Tenho pena que assim seja”, acrescenta.
Os números oficiais das eleições presidenciais revelam que em 9,62 milhões de eleitores, apenas 4,49 milhões de pessoas votaram e, dessas, mais de 274 mil acabariam por anular ou deixar em branco o seu boletim.
D. António Vitalino deixa votos de que se tirem “as ilações deste acto eleitoral”, incluindo “os cristãos e a hierarquia da Igreja”.
“Todos temos obrigação de colaborar para o bem do país, apontando as injustiças e a corrupção de quem se serve do poder para proveito próprio”, assinala.
O prelado felicita “a todos por se terem exposto ao combate, se o fizeram para o bem comum do país, que precisa de bons governantes e representantes”, mas manifesta o seu “descontentamento pelo tempo que perderam” com “quezílias do passado pessoal”.
“Os cidadãos e muito mais os candidatos à mais alta magistratura do país devem, em tempo de campanha eleitoral, dizer claramente o que pensam, para que os cidadãos se sintam bem representados nesse candidato e por isso lhe possam dar o seu voto, mesmo que em democracia tenhamos de respeitar quem pensa diferente e toma outras posições”, prossegue.
As eleições do dia 23 de Janeiro deram a vitória a Aníbal Cavaco Silva, com 52,91% dos votos validamente expressos (2,23 milhões de eleitores), sendo assim reconduzido para um mandato de cinco anos.
OC