Os bispos católicos da África Setentrional consideram que o trabalho que desenvolvem e as relações que mantêm com a comunidade árabe local podem ser um exemplo para o resto do mundo. “Nas relações islâmico-cristãs no Maghreb encontramos bons motivos de pensar que no testemunho da Igreja ao Evangelho de Cristo, a sociedade recebe a Boa Nova sem interpretá-la como uma agressão”, referem os prelados da Conferência dos Bispos da Região do Norte da África (CERNA), que na semana passada se reuniram na Tunísia. Num comunicado enviado à Agência do Vaticano para as missões, Fides, os Bispos recordam os temas abordados durante a reunião: a situação da Igreja no Norte da África, as transformações na região depois da guerra no Iraque, os atentados de Março de 2003 em Marrocos, o terramoto que atingiu a Argélia em Maio do ano passado; a recente evolução das relações internacionais da Líbia. Os responsáveis católicos no Norte de África estão a estudar formas de aprofundar a comunhão entre as Igrejas do Magreb, de modo a enfrentar em conjunto desafios iguais e uma mesma missão. Os participantes da reunião da CERNA alertaram ainda para o drama dos imigrantes provenientes dos países da África subsaariana que usam o Magreb como passagem para a Europa. Na próxima primavera, haverá uma reunião dos Bispos da CERNA com alguns representantes das Igrejas do norte do Mediterrâneo, para decidir que tipo de ajuda humanitária oferecer a estas pessoas.