Preparar o Natal com esperança

Bento XVI frisa necessidade de apresentar mensagem cristã ao mundo de hoje Bento XVI falou este Domingo da necessidade de apresentar a “esperança” cristã ao mundo de hoje, no qual o Evangelho é recusado “como no tempo dos Mártires”. O Papa foi à paróquia romana de Santa Maria do Rosário dos Mártires, onde presidiu à Eucaristia e à dedicação da nova igreja local. “Também hoje, como no tempo dos mártires, embora em formas diferentes, a mensagem salvífica de Cristo é recusada e os cristãos são chamados a dar razão da sua esperança e a oferecer ao mundo o testemunho da Verdade do único que salva e redime”, indicou, na sua homilia. Bento XVI recordou que a nova igreja paroquial surge no mesmo lugar onde o seu predecessor, João Paulo II celebrou a Missa por ocasião de uma visita pastoral àquela comunidade a 8 de Novembro de 1998. “Uno-me á vossa legitima satisfação – disse – pelo facto de terdes finalmente uma vossa igreja acolhedora e funcional”. Na sua homilia o Papa pôs em realce os testemunhos cristãos evocados por aquele lugar, junto das catacumbas de Generosa, onde a tradição indica que se encontram sepultados três irmãos – Simplício, Faustino e Beatriz – vitimas da perseguição desencadeada no ano de 303. “Os jovens mártires que então morreram para dar testemunho de Cristo – perguntou o Papa aos fiéis – não são por acaso um poderoso estimulo para vós, cristãos de hoje, a perseverar na sequela fiel de Jesus? E a protecção da Virgem do Santo Rosário não vos pede que sejais homens e mulheres de fé profunda como foi ela?”. Além disso a liturgia do Advento, disse ainda Bento XVI, “repete-nos constantemente que devemos acordar do sono da rotina e da mediocridade, devemos abandonar a tristeza e o desencorajamento; é necessário que fortaleçamos os nossos corações porque o Senhor está próximo”. Mais tarde, após a recitação do Angelus, o Papa abençoou as imagens do Menino Jesus trazidas pelas criança de Roma e que serão ,posteriormente, colocadas nos presépios das suas famílias. Apesar do frio, foram muitos os que cumpriram esta tradição do III Domingo do Advento, particularmente saudada por Bento XVI. Antes, na sua catequese, o Papa convidou os cristãos a “dirigirem o seu olhar para Belém”, onde se revela “o mistério do Deus-connosco”. Jesus, afirmou, “está próximo de nós porque ‘se casou’, por assim dizer, com a nossa humanidade” ao tornar-se homem. “Tomou sobre si a nossa condição, dizendo ser como nós em tudo, excepto o pecado, para que chegássemos a ser como ele”, acrescentou. Segundo Bento XVI, a alegria cristã “brota da certeza de que Deus está por perto, está comigo, connosco, no gozo e na dor, na saúde e na doença, como amigo e esposo fiel”. O espírito de Natal, defendeu, está “na vinda do Senhor, com a alegria de quem sabe que a esperança não decepciona, orando de maneira renovada pela paz nos lugares do mundo em conflito, para que todos nossos irmãos, especialmente as crianças, possam beneficiar do dom da paz, que todos necessitam”. Aos católicos, o Papa recomendou que prossigam, nestes dias, “a sua preparação espiritual para o Natal meditando a Palavra divina, e intensificando a oração e as obras de caridade”. Contra a corrente Foi a partir do exemplo de “homens e mulheres de todas as idades e condições sociais, felizes por consagrarem a sua vida aos outros” que Bento XVI alertou para a tendência de “busca do prazer a qualquer custo” na sociedade moderna. A alegria cristã, indicou, “permanece na prova, no mesmo sofrimento, e não fica só na superfície, mas está no fundo da pessoa que a Deus se confia e nele confia”. Como exemplo desta alegria cristã no meio das provações, o Papa destacou a figura da Beata Teresa de Calcutá, que “vivia quotidianamente em contacto com a miséria, a degradação humana, a morte. A sua alma conheceu a prova da noite escura da fé, e apesar disso sempre teve para tudo o sorriso de Deus”. Neste contexto, Bento XVI advertiu para o perigo de fazer da “felicidade um ídolo”, “a proposta da cultura que põe a felicidade individual no lugar de Deus, mentalidade que encontra um efeito emblemático na busca do prazer a qualquer custo, no inundar-se nas drogas como fuga, como refúgio em paraísos artificiais, que se revelam em seguida totalmente ilusórios”. “Queridos irmãos e irmãs, inclusive no Natal podemos errar no caminho, trocar a verdadeira festa com aquela que não abre o coração à alegria de Cristo. Que a Virgem Maria ajude todos os cristãos e os homens em busca de Deus a avançar para Belém, para encontrar ao Menino que nasceu para nós, para a salvação e felicidade de todos os homens”, apontou. Bento XVI insistiu ainda para que, neste tempo de Advento, todos os fiéis rezem “de maneira renovada pela paz nos lugares do mundo que vive em conflito”. FOTO: Lusa (Com Rádio Vaticano)

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