Prémio Sakharov 2007 para candidato do Darfur

O Parlamento Europeu atribuiu hoje o Prémio Sakharov de 2007 a Salih Mahmoud Osman, pelo trabalho em favor das vítimas da guerra civil na região sudanesa do Darfur. O galardão será oficialmente entregue a 11 de Dezembro, na próxima sessão plenária em Estrasburgo, véspera do 59.º aniversário da assinatura da Declaração universal de Direitos Humanos da ONU. Osman colabora com a Organização Sudanesa contra a Tortura, representando gratuitamente muitas das vítimas da guerra civil. A sua luta acarretou-lhe sérios custos pessoais: alguns membros da sua família foram mortos e torturados. Pelo seu trabalho em prol da Paz, da Dignidade Humana e dos Direitos Fundamentais no Sudão, Salih Mahmoud Osman foi já galardoado em 2005 com a mais alta distinção da Human Rights Watch e recebeu o Prémio International Human Rights da Ordem dos Advogados norte-americana (American Bar Association). Osman participa também, desde os anos mais recentes de conflito, no esforço para proteger os mais de 2 milhões de sudaneses deslocados, procurando que regressem a suas casas e iniciem programas de reabilitação. A sua liberdade de palavra e de acção como cidadão e como advogado tem sido, repetidas vezes, ameaçada e posta em causa. Tem corrido várias vezes risco de vida. A iniciativa da apresentação de uma candidatura defensora da liberdade de expressão e dos direitos fundamentais no Darfur nasceu, em Julho passado, da delegação parlamentar europeia que, na altura, visitou o Darfur. A delegação era integrada pelo eurodeputado português José Ribeiro e Castro, para além de Josep Borrell Fontelles (socialista espanhol, ex-Presidente do Parlamento e actual Presidente da Comissão de Desenvolvimento), Thierry Cornillet (liberal francês), Frithjof Schmidt (Verdes alemães) e Jürgen Schröder (democrata-cristão alemão), todos eles promotores da candidatura de Salih Mahmoud Osman. Para José Ribeiro e Castro, “esta é uma vitória do povo do Darfur, da sua sociedade civil, dos não-combatentes. O Prémio Sakharov deste ano reconhece e premeia uma voz corajosa e incómoda que se bate há mais de vinte anos pelos mais fracos numa das regiões mais martirizadas no mundo”. Criado em 1988, o “Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento” é atribuído todos os anos pelo Parlamento Europeu e visa recompensar personalidades ou entidades que se distinguem na defesa dos Direitos Humanos. A exemplo do seu patrono, o dissidente russo Andrei Sakharov, os laureados com o Prémio Sakharov testemunham a coragem na defesa dos direitos do Homem e da liberdade de expressão.

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