Pré-Sínodo: Jovens querem Igreja transparente, credível e em diálogo com modernidade

Secretário-geral do Sínodo apresentou documento resultante da reunião pré-sinodal

Cidade do Vaticano, 24 mar 2018 (Ecclesia) – Os jovens querem uma Igreja “transparente”, que “reconheça os erros do passado” e que “dialogue com a modernidade”.

A síntese do documento que resulta da reunião pré-sinodal, que desde o dia 19 juntou 305 jovens para preparar a próxima assembleia do Sínodo dos Bispos, em outubro, foi apresentado esta manhã no Vaticano pelo secretário-geral da assembleia sinodal, cardeal Lorenzo Baldisseri.

O texto apresenta “um grande desejo de transparência e credibilidade”, em particular “dos pastores”, e pede que a Igreja “saiba reconhecer com humildade os erros do passado e do presente e se empenhe com coragem a viver o que professa”.

O responsável assinalou que os jovens procuram educadores “com rosto humano”, disponíveis para “reconhecer a sua fragilidade”.

Numa outra “categoria fundamental do documento” que apresenta a vocação, discernimento e acompanhamento, está patente o quanto os jovens de hoje “sofrem com a falta de acompanhamento que os ajude a percorrer a estrada da sua vida” e pedem à comunidade cristã que “assuma a responsabilidade” desta necessidade enquanto “guias autorizados”.

Os jovens, sublinha o cardeal Baldisseri, falam numa Igreja jovem.

“Os jovens definem-se no plural como Igreja jovem que não está em confronto com uma Igreja de adultos, mas dentro da Igreja”, indica o responsável.

Conferência de apresentação do documento da reunião pré-sínodal Foto: Ricardo Perna, Família Cristã

Dividido em três temas, o documento apresenta uma parte onde são desenvolvidos os desafios e oportunidades dos jovens no mundo de hoje; uma segunda acerca da fé e da vocação, do discernimento e acompanhamento dos jovens; e uma terceira sobre as atividades formativas e pastorais da Igreja.

O cardeal Lorenzo Baldisseri indicou o desejo de uma Igreja “extrovertida”, empenhada em “dialogar sem preconceitos com a modernidade”, em particular com o mundo das novas tecnologias, “cujo potencial deve ser reconhecido e o uso correto orientado”.

O secretário geral do Sínodo regista ainda uma frase do documento: «Uma igreja atrativa é uma Igreja relacional» e que os jovens preconizam uma instituição de “diálogo, acolhimento, renovamento e de escuta”, “tal como o Santo Padre pede desde o início do seu ministério petrino”.

Segundo o cardeal Baldisseri, os jovens deram nestes dias uma demonstração de “grande seriedade, de procura apaixonada por um sentido, de generosa abertura e espontaneidade”.

O responsável assinala ainda a “confiança na Igreja” e as “expetativas” que os jovens depositam nela.

O documento vai ser entregue este domingo ao Papa Francisco por um jovem do Panamá, cujo país irá acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude, em 2019.

Na conferência estiveram ainda a irmã Natalie Becquard e três jovens participantes na reunião pré-sinodal, o indiano Percival Holt, a jovem de origem ganesa, residente na Itália Laphidil Twumasi e Briana Santiago, natural dos Estados Unidos da América.

LS

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Agência ECCLESIA

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