Dados do Inquérito Social Europeu confirmam preocupações manifestadas pelo Colectivo de Organizações Católicas para a Imigração Estiveram em destaque no passado fim-de-semana os dados obtidos no nosso país pelo Inquérito Social Europeu (ISE) recentemente lançado em Bruxelas. As perguntas sobre a imigração revelaram que mais de metade dos portugueses (56 por cento) defendem que Portugal deve receber “poucos ou nenhuns imigrantes”, situação que se agrava se se falar apenas de estrangeiros que não sejam mesma etnia da maioria da população portuguesa: 23,2 por cento defendem zero imigrantes de etnias diferentes e 38,3 afirmam que se devem receber poucos. O Inquérito Social Europeu conta com 22 os países participantes, mas a informação divulgada contempla apenas 19, entre os quais 12 da UE. Várias dezenas de indicadores permitirão aos cientistas analisar “o que pensam e sentem os europeus”. O Colectivo de Organizações Católicas para a Imigração (CORCIM) criticou recentemente o Governo, num documento publicado sob o título “Há lugar para todos neste Natal?”, por “uma estratégia política que, para desencorajar a Imigração para Portugal, se não importa de aumentar a exclusão social e legal”. “Confrontando a Imigração, que muitos políticos, religiosos e académicos afirmam como fenómeno muito positivo, com o modo como actualmente é encarada pela política de Portugal e restantes países da União Europeia, verifica-se, ao invés, uma «obsessão» generalizada – que vai ganhando terreno também na opinião do cidadão comum – contra a imigração ilegal”, refere o documento. O CORCIM acusa os responsáveis por esta “obsessão” de não atenderem à dignidade humana de muitos migrantes e refugiados, mas associarem imigração ilegal com “a criminalidade, com o terrorismo e com o aumento do desemprego, assim se justificando uma atitude de implementação de restrições rigorosas às entradas, à permanência de estrangeiros e ao reforço da segurança nacional e europeia, em detrimento da responsabilidade solidária pelo bem comum nacional e universal”. O peso dos portugueses que defendem “imigração zero” (17,6 por cento, no caso de estrangeiros da mesma etnia) ganha ainda mais relevância quando nenhum outro país dos 19 que constam da base de dados do ISE apresenta um número de respostas semelhantes tão elevado. Notícias relacionadas • Organizações Católicas ligadas à imigração contestam atitude do Governo
