Sílvia Cardoso (1882-1950), natural de Paços de Ferreira, distinguiu-se pelo seu compromisso em atividades sociais (atualizada)
Cidade do Vaticano, 28 mar 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece as ‘virtudes heroicas’ da portuguesa Sílvia Cardoso Ferreira da Silva (1882-1950), que se distinguiu em atividades de caráter social, anunciou hoje o Vaticano.
Esta é uma etapa do processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, e permite que, após o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão da leiga católica, tenha lugar a sua beatificação, penúltima etapa para a declaração da santidade.
Sílvia Cardoso, mais conhecida por ‘Dona Sílvia’, nasceu a 26 de julho de 1882, em Paços de Ferreira, Diocese do Porto, e após uma formação católica, dinamizou várias instituições, incluindo a Sopa dos Pobres (Penafiel), com prioridade à educação de crianças pobres e aos doentes, em várias regiões do país.
Amiga de Guerra Junqueiro e Leonardo Coimbra, deixou escritos espirituais e empenhou-se, durante a sua vida, em promover casas de retiros como espaços de formação católica.
Sílvia Cardoso faleceu a 2 de novembro de 1950, em Paços de Ferreira, cidade onde se ergue uma estátua em sua homenagem que foi inaugurada pelo então cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Cerejeira.
O processo de beatificação e canonização está em curso desde 6 de Junho de 1984, tendo dado entrada Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) em 1992.
O padre Ângelo Alves, vice-postulador da causa, explica em comunicado que Sívia Cardoso passa a ter o título de “venerável”, um reconhecimento da “sua fama de santidade, a veneração de muitos fiéis cristãos que a conheceram ou ouviram falar dela”.
O documento recorda a importância “da ação caritativa, da sua entrega ao serviço dos pobres, dos doentes e das crianças, não apenas em Paços de Ferreira, onde começou a partir de 1918 as suas atividades sociais, mas em muitas terras do país às quais as estendeu, desde Viana até Évora e Elvas, passando pelo Porto, Vila Real, Chaves, Lisboa, Amadora e Espinho”.
“Foram várias as obras sociais e de evangelização que fundou e outras que impulsionou ajudando a fundá-las”, destaca o sacerdote, a respeito de Silvia Cardoso.
Para a beatificação e canonização é necessária a aprovação de dois milagres, “também em processo jurídico”, adianta o vice-postulador.
A canonização, ato reservado ao Papa desde o século XIII, é a confirmação, por parte da Igreja Católica, que um fiel católico é digno de culto público universal e de ser apresentado aos fiéis como intercessor e modelo de santidade.
Nos primeiros séculos da Igreja, o reconhecimento da santidade acontecia em âmbito local, a partir da fama popular do santo e com a aprovação dos bispos.
OC