Secretário de Estado marcou presença na abertura das primeiras jornadas nacionais do setor promovidas pela Igreja Católica
Fátima, Santarém, 10 jan 2014 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, disse hoje em Fátima que o Governo considera uma “prioridade” a atenção ao turismo religioso em Portugal, destacando o “potencial” deste setor.
“O turismo religioso é, sobretudo num país com tanto património, uma prioridade”, declarou o responsável, na sessão de abertura das primeiras jornadas nacionais da Pastoral do Turismo, promovidas pela Igreja Católica, que decorrem até sábado.
Adolfo Mesquita Nunes recordou que mais de 300 milhões de pessoas se deslocam, anualmente, por “motivações religiosas”, lamentando um “certo preconceito” que persiste na análise a este fenómeno.
Para o secretário de Estado, é necessário encontrar uma “linguagem comum” entre agentes e atores do turismo, envolvendo os “proprietários” do património.
“O turismo pode, de facto, contribuir para um reforço do sentimento de espiritualidade, para o renascer de tradições que estavam esquecidas”, sublinhou.
O governante disse que o turismo religioso passou a ser um dos “produtos prioritários” no escalonamento de projetos e apresentou um conjunto de atividades ligadas ao setor que vão decorrer este ano.
“Vamos publicar os roteiros dos caminhos marianos, dos caminhos de Santiago e dos caminhos judaicos, porque é importante que haja uma identificação do património e dos roteiros”, adiantou, para criar “recursos turísticos”.
Fruto da colaboração entre o Turismo de Portugal e a Conferência Episcopal Portuguesa, vai ser publicado um “guia de boas práticas de interpretação do turismo religioso”, acrescentou.
Ainda em 2014 vai decorrer o III Workshop Internacional de Turismo Religioso e está disponível, pela primeira vez, um “plano de promoção e comercialização” dirigido a “destinos prioritários”, como a Europa, Brasil, Estados Unidos da América ou Filipinas, entre outros, que incluem iniciativas de temática “católica”.
“Estamos claramente empenhados em tornar consequente esta ação”, concluiu.
O padre Carlos Godinho, diretor da Obra Nacional Pastoral do Turismo, entidade organizadora da iniciativa, recordou por sua vez o crescimento do número de turistas em Portugal e chamou a atenção para as múltiplas “perspetivas” com que o fenómeno deve ser analisado, incluindo a “dimensão espiritual”.
A Igreja, observou, propõe um “conjunto de valores que o turismo deve necessariamente compreender”.
Segundo o responsável, estas primeiras jornadas querem “refletir sobre a Pastoral do Turismo como oportunidade singular de evangelização” e “aprofundar algumas das áreas privilegiadas” de intervenção no setor.
D. Jorge Ortiga, arcebispo de Braga e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, destacou que a Igreja Católica não pode “alhear-se” da realidade atual do turismo em massa”.
“A Igreja deve empenhar-se, naquilo que ela é, nas suas próprias comunidades, para educar particularmente para o turismo religioso e deve também ser capaz de proporcionar todas as condições para que a palavra ‘religioso’ não seja um simples e mero adjetivo”, declarou.
Segundo este responsável, é preciso compreender, no entanto, a “verdadeira realidade” do chamado turismo religioso, existindo “muita confusão” a esse respeito, inclusive no seio da Igreja Católica.
A iniciativa, que decorre na Casa de Nossa Senhora do Carmo, aborda temas como a relação entre a Igreja, o Património Religioso e o Turismo, para além do trabalho que as dioceses estão a desenvolver nesta área.
PR/JCP/OC
Notícia atualizada às 12h06