Portugal: Trabalhadores têm «muitos» motivos de «revolta», diz mensagem de Natal da Liga Operária Católica

Deus «escuta» as «aflições presentes», como precariedade, despedimentos, desemprego, mais horas de trabalho e menos direitos

Lisboa, 14 dez 2011 (Ecclesia) – A Liga Operária Católica / Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) afirmou hoje que está ao lado de “um povo” a quem chegam mais notícias de “medo” do que de “esperança” e que tem razões para se rebelar.

“São muitos os motivos de indignação e de revolta que não podemos de forma alguma deixar de ouvir, e pelos quais teremos que lutar e ser solidários, como é próprio de quem se diz de Deus”, frisa a mensagem de Natal daquele organismo.

A nota assinada pela Equipa Executiva sublinha que “são sempre os mesmos que rolam no desespero e estendem as mãos para o pão de cada dia”, “os mesmos que são violados no seu corpo e na sua consciência”, “os mesmos que jantam com o fracasso e que estão sentados frente a frente com o seu desemprego”.

Deus “escuta e atende o coração do povo, ultimamente mais acelerado pelas aflições presentes”, como a “precariedade laboral” e “insegurança” quanto ao futuro profissional, despedimentos, desemprego juvenil, “mais horas de trabalho” e menos “feriados e dias santos”, além da “perda de direitos laborais e sociais”, aponta o texto.

O documento faz referência a “um povo que nos momentos mais difíceis é sempre aquele que mais sofre e a quem são pedidos mais sacrifícios” e salienta que os trabalhadores têm “recebido notícias que fazem perdurar no tempo o medo em vez da esperança”.

Depois de citar o Papa Bento XVI, para quem “responder às necessidades significa não só dar o pão aos esfomeados mas também deixar-se interpelar pelas causas da fome”, a LOC/MTC defende que só “indo às causas” será possível mudar e “fazer renascer a esperança há tanto adormecida e ferida”.

“O Natal é um momento forte de escutar o coração do povo, mas também de anunciar a boa nova que nos vem do nascimento de Jesus, com a esperança e a alegria anunciada no meio da fragilidade mas cheia de tudo o que dignifica a pessoa e nos faz acreditar num mundo melhor”, assinala a nota.

RJM

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