Projeto da comunidade franciscana pretende favorecer «acolhimento» dos mais novos que visitam o santuário de Lisboa
Lisboa, 12 jun 2014 (Ecclesia) – A comunidade franciscana da Igreja de Santo António de Lisboa lançou um livro sobre o santo português especialmente direcionado para as crianças.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o frei Francisco Sales explica a criação da obra com a necessidade de prestar um melhor “acolhimento” aos mais novos que todos os anos visitam o santuário lisboeta, integrados nos diversos grupos organizados de peregrinos.
Só em 2013, salienta o franciscano, foram cerca de “160 mil” os grupos que passaram pelo templo e santuário construído, segundo a tradição cristã, no local onde Santo António nasceu, em finais do século XII.
“Muitas vezes, no meio dos adultos”, salienta o religioso, as crianças “sentem-se um bocadinho perdidas” e a ideia é através do livro ajudar à sua integração e favorecer o “diálogo” com os mais novos.
Intitulada “António, o menino de Lisboa”, a publicação procura transmitir em linguagem infantil e com recurso a diversas ilustrações, os episódios mais significativos da vida daquela figura da Igreja.
Até agora, a reação das crianças ao livro tem sido “das coisas mais bonitas de ver” e quem as acompanha, sobretudo pais e avós, também tem ajudado a cativar os miúdos para conhecerem a vida e obra do santo português.
Quem tem “um neto ou uma neta” quer “levar um livrinho” e depois “os pais à noite leem a história de Santo António aos meninos”, conta o frei Francisco Sales.
A primeira edição do livro, em português (com cerca de 500 exemplares), esgotou “em pouco mais de um mês” e a tradução para inglês também já foi “embora”.
Estão atualmente a ser preparadas mais edições, não só nestas línguas mas também em outros idiomas, como francês, espanhol, italiano e polaco.
Há também a preocupação de adequar o projeto às comunidades asiáticas, já que são muitas as crianças asiáticas que visitam a Igreja de Santo António, provenientes por exemplo do Japão e das Filipinas.
A devoção dos povos asiáticos pelo santo é “imensa”, aponta o franciscano, para quem esta realidade é reflexo “do grande trabalho missionário que foi feito nas terras do Oriente e que as pessoas continuam a viver e a manifestar”.
Situada na freguesia de Santa Maria Maior, a Igreja de Santo António de Lisboa acolhe a maior relíquia de Santo António fora de Pádua (cidade italiana onde ele morreu e foi sepultado em 1231), um bocado de osso do seu braço esquerdo.
Manter viva a memória do santo, sobretudo junto dos mais novos “é uma missão” de todos os portugueses, conclui.
JCP