Portugal está receptivo a considerar “novas oportunidades para a cooperação” com Moçambique, nomeadamente disponibilizando recursos humanos e técnicos que permitam responder aos desafios entretanto gerados pela evolução dos três principais projectos em curso. A disponibilidade foi expressa pelo secretário de estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, João Gomes Cravinho, em declarações à Agência Lusa, no final de um périplo de uma semana pelos principais projectos de cooperação com Moçambique em que Portugal está envolvido, no âmbito do Programa Indicativo da Cooperação (PIC) entre os dois países para o triénio 2007-2009. “Trata-se de identificação de novas oportunidades para a cooperação. À medida que as coisas evoluem surgem novas possibilidades”, disse João Cravinho, apontando como exemplo o projecto de reabilitação do Parque Natural da Gorongosa, para o qual Portugal pode contribuir com assistência técnica em “várias valências”, nomeadamente ciências ambientais e parcerias com instituições portuguesas na área da zoologia e veterinária. A “Vila Milénio” do Lumbo, no distrito de Nampula (norte), que permitirá atrair parte dos actuais 43 mil habitantes da vizinha Ilha de Moçambique, é outro dos projectos em que a cooperação portuguesa poderá evoluir, face à entrada em funcionamento de um gabinete especial para a conservação da ilha. “Sabemos que daqui a cinco, 10 ou 20 anos Portugal e Moçambique continuarão a ter uma relação de grande proximidade e a cooperação portuguesa estará presente em Moçambique. Por isso, faz todo o sentido que trabalhemos com aqueles que estão aqui para o longo prazo”, disse João Gomes Cravinho. De resto, acrescentou, a cooperação portuguesa com Moçambique irá desenvolver-se privilegiando “a ligação entre o crescimento económico e a parte social”, a concentração “em algumas áreas geográficas” e o consequente apoio a investimentos de muito maior dimensão, uma forma de Portugal ter “maior impacto” nos projectos em que o país está envolvido. Redacção/Lusa