«Sem energia, os emissores calar-se-ão de vez», assinala a ARIC sobre as dificuldades económicas
Lisboa, 18 jul 2020 (Ecclesia) – A Associação de Rádios de Inspiração Cristã (ARIC) alerta que “muitas estações de rádio local” em Portugal “estarão a ponderar fechar” por causa do “diminuto volume de receitas e o avolumar de custos”, uma situação económica da pandemia Covid-19.
“Cinco meses depois de apresentadas as primeiras medidas de apoio às empresas devido à Covid-19, o dia-a-dia das empresas de comunicação social em geral e para as Rádios em particular, já passou pelos estágios de emergência, aflição, pânico e está prestes a passar para o estágio de fecho iminente”, alerta a ARIC.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, explica que os empresários “não conseguem suportar mais” o volume crescente de despesas e as associações ou cooperativas proprietárias das licenças de emissão radiofónica “só esperam a realização das respetivas assembleias gerais” para uma decisão sobre o seu encerramento.
A Associação de Rádios de Inspiração Cristã explica que o “diminuto volume de receitas e o avolumar de custos” durante os meses de pandemia Covid-19 a “isso vai obrigar” e, este sexta-feira, 17 de julho, completaram-se três meses do “anúncio do pacote de medidas de emergência para os Media”.
“Esta seria uma medida excecional de apoio a um setor que não fechou e onde poucas empresas recorreram ao lay-off simplificado como forma de suprimir custos, até pela própria natureza do trabalho apresentado”, acrescenta, contabilizando que o ‘Lay-Off Simplificado’ “apenas foi utilizado por 17,7% das Rádios Locais”, segundo a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
A ARIC adianta que “não conseguiu obter uma resposta” da Secretaria de Estado do Cinema, Audiovisual e Media sobre a “concretização do apoio do Estado” através da “compra de publicidade institucional antecipada”
A Associação de Rádios de Inspiração Cristã depois dos funcionários e colaboradores terem “desistido de apoiar projetos, onde existem vários meses de salários em atraso e muitas contas para pagar”, agora são os fornecedores de energia elétrica que consideram “a hipótese de cortar o fornecimento, pois a paciência e a solidariedade também têm os seus limites”.
“E sem energia, os emissores calar-se-ão de vez”, realça, acrescentando que há redações “sem telefone há vários meses”, e os jornalistas recorrem “a meios próprios e telemóveis particulares para “obtenção de notícias ou confirmação de informações”.
A Associação das Rádios de Inspiração Cristã que no contexto da pandemia Covid-19 elaborou um conjunto de medidas que apresentou ao Governo mas “até agora nada aconteceu” foi criada no dia 1 de maio de 1991, com 29 rádios fundadoras, como a Rádio Renascença e as suas delegações.
Esta sexta-feira, a Associação de Imprensa de Inspiração Cristã (AIC) aprovou duas moções, em que manifesta preocupação com atrasos, por parte dos CTT, na distribuição das publicações, e na compra antecipada de publicidade institucional, numa assembleia geral online.
CB