Portugal: Presidente da República pede papel «liderante» para novas gerações (c/vídeo)

Renascença e Misericórdia de Lisboa promovem debate sobre «poder dos jovens na mudança global»

 

Lisboa, 01 jun 2023 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa disse hoje que os jovens devem ter um papel mais “reconhecido” e “liderante” no país, como acontece com as transformações do mundo globalizado, alertando para o risco de se perder um “tempo histórico”.

“Os jovens percebem que têm direito a lutar por esse tempo (futuro), senão ninguém luta por eles. Resolvem-se os problemas do dia a dia, mas não se pensa no médio e longo prazo”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, em mensagem envida à Conferência ‘Mundo em transição – O poder dos jovens na mudança global’, uma iniciativa da Renascença, em parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, que decorre no Centro Cultural de Belém.

O chefe de Estado sublinhou a importância de “falar do papel da juventude, perante as transformações no mundo em globalização, já globalizado, cada vez mais globalizado”, dando como exemplo o papel das novas gerações nas “campanhas” de luta contra as alterações climáticas e na “revolução digital”.

“Ou as instituições se transformam, as pessoas e as mentalidades se transformam à medida das necessidades impostas por novos desafios, ou então ficamos irremediavelmente para trás”, acrescentou.

Num tempo de “convulsão de valores”, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao respeito por “referências mínimas”, na vida social, como a “dignidade da pessoa humana”.

“Não vale tudo, não deve valer tudo”, apelou.

A conferência foi inaugurada por D. Américo Aguiar, presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, que começou por citar palavras do Papa Francisco aos jovens peregrinos da edição internacional 2023 da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), marcada para Lisboa, de 1 a 6 de agosto.

“Temos de ser capazes de sonhar. O Papa pede que os jovens da JMJ sejam sonhadores, lutadores e poetas. Tem de ser esse o nosso ADN: lutar, sonhar e botar poesia nas coisas”, assinalou o bispo auxiliar de Lisboa.

O responsável evocou um relatório da APAV, sobre crianças em risco, para defender que a sociedade tem de proporcionar aos mais jovens a “possibilidade de sonhar” e “a possibilidade de lutarem, de sonharem e de, com poesia, serem capazes de concretizar os sonhos que Deus tem para todos e cada um”.

D. Américo Aguiar deixou um agradecimento à SCML, “que vai correspondendo às boas causas”, com “novas respostas para os novos problemas” e por, “em cada tempo, ser capaz de dar resposta aos novos problemas, que se cruzam sempre com os jovens e a juventude”.

“Todos nós somos crianças, a carroçaria é que se vai alterando, mas somos sempre os mesmos. Somos crianças com sonhos, temos de lutar por eles e devemos ser, dentro do possível, poetas e poetisas”, apontou presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023.

Ana Jorge, nova provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, destacou por sua vez que a próxima JMJ é um “momento” para os jovens se envolverem na defesa de “um mundo melhor, mais solidário e mais humano”, independentemente da sua fé.

A responsável a generosidade e o envolvimento dos jovens em várias causas, como o ambiente.

“É com essa generosidade que muitos estão envolvidos numa dessas causas que é a melhoria do ambiente, que consegue mobilizar os jovens. Nós, às vezes, achamos que é contestação, mas é preocupação e (os jovens) puseram o ambiente na agenda do dia”, indicou, numa intervenção divulgada pela emissora católica portuguesa.

OC

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Agência ECCLESIA

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