Marcelo Rebelo de Sousa participou no encerramento das comemorações dos 50 anos desta instituição
Lisboa, 12 out 2018 (Ecclesia) – O presidente da República condecorou a Universidade Católica Portuguesa (UCP) com o título de membro honorário da Ordem da Instrução Pública, no encerramento das comemorações dos 50 anos daquela instituição.
Durante uma sessão pública no auditório Cardeal Medeiros, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa entregou aquele galardão à reitora da UCP, Isabel Capeloa Gil, e enalteceu o trabalho realizado por esta universidade desde a sua fundação, pelas “cinco décadas de devotado serviço à educação e à cultura, de notável sentido de missão comunitária, de porfiada preocupação de bem-comum”,
“Nunca é tarde para cumprir um dever de consciência ,neste caso um dever de consciência nacional. Este é pois o momento de reconhecer formalmente o contributo da Universidade Católica Portuguesa a Portugal, que o mesmo é dizer aos portugueses”, acrescentou o presidente da República, que estendeu esta distinção a todos os “chanceleres, reitores, dirigentes, professores e funcionários” que passaram pela UCP, e recordou também o esforço de “pais e alunos”, de “benfeitores e amigos”, e da Igreja Católica como um todo, enquanto “elemento integrador da identidade nacional”.
No mesmo evento, foi apresentado um estudo do impacto social, económico, científico e de inovação, e também pastoral, da Universidade Católica Portuguesa, ao longo destes 50 anos, com destaque para a produção de mais de 48 mil diplomados, que representaram a criação de cerca de 166 mil postos de trabalho, e um acréscimo de valor para a economia nacional que se estima ultrapassar atualmente os 600 milhões de euros por ano.
Intitulado ‘Católica Impacto’, este estudo foi realizado pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, coordenado por André Azevedo Alves, e incluiu um inquérito alargado à comunidade de alunos da UCP.
“É muito importante podermos aferir quantitativamente aquilo que tem sido o labor da Universidade”, salientou a reitora da UCP, que frisou que o essencial é “não celebrar glórias passadas mas projetar o futuro”.
Um dos passos em frente será a criação de um Curso de Medicina, que já está a ser preparado.
“Nós estamos neste momento a ultimar o projeto, para o submeter a acreditação, e depois logo veremos qual será o período para a sua implementação”, indicou Isabel Capeloa Gil, que admitiu que o novo curso possa avançar ainda dentro “desta década”, até 2020, ainda que “a data exata não seja relevante”.
O cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, atual Magno Chanceler da UCP, realçou a marca destes 50 anos da instituição, que vai “muito além do mundo confessional católico”, e que por isso deveria merecer um “maior investimento do Estado”.
“Há aqui uma ideologia que é muito renitente a reconhecer o valor, a importância destas instituições, porque efetivamente os pais dos nossos alunos pagam duas vezes para a educação. Pagam como cidadãos, como pagamos nós todos, para a educação em geral, e muito bem, mas depois se quiserem pôr aqui os seus filhos têm que pagar outra vez. E isto não está bem”, completou.
Confrontado pela Agência ECCLESIA no final da sessão com esta matéria, Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu a pertinência desta questão, sobretudo tendo em conta “os próximos tempos, que serão difíceis económica e financeiramente falando”, para que “nunca se deixe de apostar na educação, e na ciência e na cultura”.
“Eu sei que a Universidade portuguesa, como um todo, está preocupada com esses desafios. E a Universidade Católica Portuguesa está solidária com as outras universidades, é uma preocupação comum. Na medida do possível, eu acompanho essa preocupação, porque aquilo que se não fizer pela Universidade neste momento, mais tarde será tarde demais para fazer”, frisou o presidente da República, que durante a sessão de encerramento dos 50 anos da UCP fechou também o ciclo de ‘Grandes Conferências – Futuros Globais’, que tem estado a decorrer na instituição, com a conferência ‘O futuro de Portugal e a visão do mundo’.
Numa iniciativa marcada pela presença de várias figuras que marcaram a vida da Universidade Católica Portuguesa como o antigo reitor Manuel Braga da Cruz, e também o ex. vice-reitor, o arcebispo José Tolentino Mendonça, atual arquivista e bibliotecário da Santa Sé, no Vaticano, e Aníbal Cavaco Silva, antigo presidente da República e docente na UCP, foi apresentado o livro ‘A história da Universidade Católica Portuguesa’, e inaugurado um novo espaço de exposição, a ‘Galeria Fundação Amélia de Mello’.
Um projeto do arquiteto João Appleton, que de acordo com Isabel Capeloa Gil foi “criado para colocar a Arte e a Cultura no coração da atividade da Universidade e promover o contacto com diversas expressões artísticas”, e que neste dia teve em destaque a história e a evolução da Universidade Católica Portuguesa, ao longo dos seus 50 anos de existência.
JCP