Instituição católica promove nova campanha de solidariedade, para reforçar a capacidade de resposta
Lisboa, 29 jul 2025 (Ecclesia) – A presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, considera que um olhar de “proximidade” é fundamental para enfrentar os desafios da pobreza no país.
“Portugal não conseguiu resolver o problema da pobreza porque, certamente, tem aqui uma falta de olhar sobre alguma coisa e descobrimos que olhar a proximidade pode realmente fazer a diferença”, disse Rita Valadas à Agência ECCLESIA.
A Cáritas Portuguesa lançou este mês uma nova campanha de solidariedade, com o objetivo de reforçar a capacidade de resposta junto das famílias em situação de vulnerabilidade no país.
O programa ‘Inverter a Curva da Pobreza’ apoiou mais de 42 mil pessoas ao longo dos últimos quatro anos, através do pagamento de despesas pontuais e atribuição de vales de aquisição de bens, sendo uma resposta essencial para aqueles que, por diversos motivos como o desemprego, a doença ou a falta de rendimento, se encontram em risco de exclusão social.
Este programa foi “sendo adaptado às diferenças que a sociedade tem e às dificuldades que a Cáritas encontrou no território”, frisou Rita Valadas.
Segundo a responsável, a ajuda passa “por várias situações” e nesse contexto a Cáritas adapta “a resposta às necessidades reais do território”.
Esta é uma campanha que “vem fora daquilo que é o nosso planeamento normal”, por isso é chamada “uma campanha extraordinária”, referiu Márcia Carvalho, coordenadora de operações da Cáritas Portuguesa.
Quem procura a Cáritas está “fragilizado e não precisa de ser exposto”, mas aquilo que “vamos sentindo ao longo do tempo é que as pessoas também querem manifestar a sua alegria pelo serviço que a Cáritas lhes proporciona e foi o conjugar destas duas coisas que nos trouxe a esta campanha histórias reais”, acrescentou.
Não vamos explorar a situação de pobreza, não é para explorar, é porque as pessoas querem participar nesta dimensão de dar nota da diferença que a vida delas pode ter se houver um determinado olhar e uma determinada forma de intervenção que é mais próxima.” – Rita Valadas
Nesta lógica da corresponsabilidade “é importante” que as pessoas percebam que “o seu contributo pode fazer realmente a diferença” porque “através deste programa nós conseguimos transformar a vida das pessoas”, afirmou a coordenadora de operações.
O programa ‘Inverter a Curva da Pobreza’ acaba por ser “um pouco cirúrgico para, realmente, impedir que haja pessoas que entrem em situação de pobreza”, realçou Márcia Carvalho.
A Cáritas está convicta que “não é preciso estar à espera de ter muito dinheiro para fazer a diferença na vida de outra pessoa”.
“Nós podemos todos colaborar, e não é preciso para isso um financiamento muito elevado, é preciso é uma vontade, uma vontade de fazer a diferença no país e na situação destas vulnerabilidades”, finalizou
LS/LFS/OC
Portugal: Cáritas lança nova campanha para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade