João Pedro Tavares destaca necessidade de repensar política fiscal e de salários
Lisboa, 10 jan 2020 (Ecclesia) – O presidente da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores defendeu em entrevista conjunta à ECCLESIA e Renascença que Portugal precisa de uma mudança cultural e de mentalidades, para valorizar famílias e empresas,
“O país para crescer a outros níveis – e o presidente da República tem-no referido – precisa de uma reconfiguração, e essa reconfiguração não existe no Orçamento”, assinala João Pedro Tavares, considerando que “há aspetos positivos a destacar” na proposta do Governo socialista.
O convidado da entrevista semanal conjunta que é publicada e emitida hoje lamenta o “estrangulamento” das empresas e diz que o excedente orçamental é “conseguido à custa de um agravamento da carga fiscal como um todo”.
“As pessoas deviam perceber de que forma é que eles são aplicados para a reconfiguração de economia, para a promoção de um país mais verde, para uma maior sustentabilidade”, sustenta.
Questionado sobre o aumento do salário mínimo nacional, o presidente da ACEGE diz que o organismo é favorável a “todas as políticas que defendam a dignidade das pessoas e das famílias” e que está em causa “valores razoáveis”.
João Pedro Tavares adverte, no entanto para a proximidade entre “o salário médio e o salário mínimo”, propondo “uma aposta de longo prazo na educação” e “uma reconfiguração do tecido económico” para aumentar rendimentos e produtividade.
O responsável sublinha o esforço promovido pela ACEGE, com outros parceiros, para promover uma cultura de “pagamento pontual” e de conciliação família-trabalho, considerando que esta é uma das principais prioridades das novas gerações.
“Aqui há um desafio muito grande, na cultura, relativamente ao papel da família, ao papel da mulher”, indica.
A ACEGE está associada ao encontro ‘A Economia de Francisco’, convocado pelo Papa para março, em Assis, reunindo uma nova geração de economistas, entre eles cerca de 50 portugueses.
Para o presidente da associação, esta iniciativa mostra que é o Papa Francisco entende ser “preciso fazer uma rutura e recriar, de novo”, com a ajuda dos jovens, por “um mundo mais justo e mais inclusivo”.
Octávio Carmo (ECCLESIA) e Ângela Roque (Renascença)