Padre Manuel Morujão evoca também necessidade de governar lado institucional da Igreja Católica
Fátima, Santarém, 18 fev 2013 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje em Fátima desejar que o novo Papa seja alguém “aberto aos cinco continentes” e com qualidades para “governar a Cúria Romana”.
“Deve haver uma síntese entre alguém com abertura ao mundo de hoje e não apenas ao mundo ocidental, ao norte do planeta, ao continente europeu, mas aberto aos cinco continentes, às suas culturas, maneiras de sentir e de pensar, mas evidentemente também tem de ter qualidades administrativas”, declarou o padre Manuel Morujão aos jornalistas, após a reunião mensal do Conselho Permanente da CEP.
O sacerdote jesuíta sustentou que o sucessor de Bento XVI, que apresentou a renúncia ao pontificado no último dia 11, é chamado a ter “um coração grande, uma mente aberta, um instinto de evangelização missionária sem fronteiras” e estar aberto “às interpelações da Igreja e do mundo de hoje”.
Segundo o porta-voz da CEP, os cardeais não devem procurar “um perito em burocracia”, mas “uma pessoa que também saiba governar a instituição no seu lado humano, porque a Igreja não é feita de anjos”.
O padre Manuel Morujão falou numa “mudança de civilização” que exige “prudência e coragem” no “realismo da governação”.
Bento XVI, de 85 anos, apresentou a renúncia ao pontificado há uma semana, decisão com efeito a partir de 28 de fevereiro, abrindo caminho à eleição de um novo Papa.
O último chefe da Igreja Católica a renunciar tinha sido Gregório XII, no século XV.
O Conselho Permanente é um órgão delegado da assembleia dos bispos católicos em Portugal, com funções de preparar os seus trabalhos e dar seguimento às suas resoluções, reunindo ordinariamente todos os meses.
O secretário do episcopado anunciou que D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa e presidente da CEP, vai partir para Roma no próximo dia 27.
MD/OC