Francisco reafirma em entrevista à Renascença a «vontade» de estar na Cova da Iria
Cidade do Vaticano, 14 set 2015 (Ecclesia) – O Papa confirmou em entrevista à Renascença a sua “vontade” de visitar Portugal, e em particular Fátima, em 2017, centenário das aparições na Cova da Iria.
“Eu tenho vontade de ir a Portugal para o centenário. Em 2017 também se cumprem trezentos anos do encontro da Imagem da Virgem de Aparecida, por isso, também estou com vontade de lá ir e já prometi lá ir”, adiantou Francisco, em declarações divulgadas hoje pela emissora católica.
A data festiva de Nossa Senhora de Aparecida (Brasil), onde o Papa esteve em 2013, é o 12 de outubro.
Francisco assume a sua vontade de “ir ter com a Virgem”, comparando a viagem a Fátima e a visita a Aparecida.
“Quanto a Portugal, disse que tenho vontade de ir e gostaria de ir. É mais fácil ir a Portugal, porque podemos ir e voltar num só dia, um dia inteiro, ou, quanto muito, ir um dia e meio ou dois dias”, adianta.
“A Virgem é mãe, é muito mãe e a sua presença acompanha o povo de Deus. Por isso, gostaria de ir a Portugal, que é privilegiado”, acrescentou.
Francisco será o quarto Papa a visitar Portugal, depois de Paulo VI em (13 de maio de 1967), João Paulo II (12 a 15 de maio de 1982; 10 a 13 de maio de 1991; 12 e 13 de maio de 2000) e Bento XVI (11 a 14 de maio de 2010).
São João Paulo II cumpriu ainda uma escala técnica no Aeroporto de Lisboa (2 de Março de 1983), a caminho da América Central.
O bispo de Leiria-Fátima disse este sábado à Agência ECCLESIA que o cardeal Parolin, secretário de Estado do Vaticano, vai presidir à Peregrinação Internacional Aniversária ao Santuário de Fátima em outubro de 2016.
“Tínhamos feito o convite e ele ter-se-á aconselhado com o Papa, que lhe terá dito: ‘vais abrir o caminho, vai como precursor’”, adiantou D. António Marto, em Roma, no fim da visita “ad Limina” dos bispos de Portugal.
Para este responsável, o Papa “tem mesmo um desejo profundo, interior, de ir a Fátima, em maio de 2017”.
O Papa Francisco referiu à Renascença que apenas passou por Portugal uma vez, “num avião da Varig que fazia escala em Lisboa”, pelo que só conhece o aeroporto.
“Mas conheço muitos portugueses. E, no Seminário de Buenos Aires, havia muitos empregados, emigrantes portugueses, gente boa, que tinha muita familiaridade com os seminaristas”, relata.
Nesse contexto, recorda um colega de trabalho do seu pai e uma senhora portuguesa, com mais de 80 anos, que lhe deixou “boa impressão”.
“Quer dizer, nunca conheci nenhum português mau”, assegura.
A entrevista faz nova referência a Portugal aquando de uma afirmação do Papa sobre a quebra demográfica em vários países.
“Penso no nível dos nascimentos de Itália, Portugal e Espanha. Creio que é quase 0%. Então, se não há filhos, há espaços vazios”, alertou.
Francisco fala nas consequências de uma “cultura do bem-estar”, em que também os idosos “vão ficando sozinhos”.
“Creio que o grande desafio da Europa é voltar a ser a mãe Europa”, assinalou.
A entrevista conclui-se com o tradicional pedido do Papa, desta feita dirigido aos portugueses: “Por favor, peço-vos que rezem por mim. Que Deus vos abençoe e que a Virgem de Fátima vos proteja”.
PR/OC