Professor universitário inaugurou trabalhos do Congresso Internacional do Espírito Santo em Lisboa
Lisboa, 14 set 2016 (Ecclesia) – O professor universitário Viriato Soromenho-Marques disse hoje, no Congresso Internacional do Espírito Santo, que a sociedade tem “sintomas patológicos” porque abandonou o seu passado histórico.
Na abertura dos trabalhos, a decorrer entre hoje e quinta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian, o orador frisou que existe um “conjunto de dificuldades” para habitar “na casa comum” e a “única maneira para enfrentar essas dificuldades é ser capaz de olhar para elas e fazer o diagnóstico correto, mesmo que isso seja penoso e cause desconforto”.
Atualmente, vive-se numa “sociedade fortemente dominada pelo mercado” e os atores económicos transformam as dificuldades “em nichos de mercado” e “propõem soluções miraculosas”, realçou Viriato Soromenho-Marques.
Para o professor de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa é fundamental “restabelecer a dignidade da política” e os “cidadãos têm de sair para a Polis e participar na vida coletiva”.
Neste contexto, o orador aponta soluções que passam pelo falar com os outros “sem ser pelas redes sociais” e “atuar com o outro sem ser por meios virtuais”.
Na conferência de abertura do Congresso Internacional do Espírito Santo, com o tema “A utopia da casa comum na era da crise ecológica”, Viriato Soromenho-Marques salientou que “devido ao grau de degradação que a vida democrática tem atingido”, a “maior parte dos problemas da Europa não têm nenhum tratamento democrático”.
Para que a memória “não seja perdida é fundamental criar instituições que a preservem”, adiantou.
Nos tempos correntes, as instituições de investigação e do ensino “não tratam da memória” e os dirigentes universitários falam “apenas da inovação e do futuro”.
“Não se pode pensar no futuro” se os pés “não estiverem enraizados na terra”, concluiu.
Este congresso tem três sessões: a primeira foi realizada em Coimbra; a segunda está a decorrer em Lisboa; e a terceira começa esta sexta-feira, em Alenquer.
LFS