Portugal: Organizações católicas levaram preocupação sobre política migratória ao Parlamento

Manifesto sobre os Pactos Globais das Nações Unidas sobre Refugiados e para as Migrações foi entregue na Assembleia da República

Lisboa, 29 jun 2018 (Ecclesia) – A vice-presidente da Assembleia da República, Teresa Caeiro, recebeu esta quinta-feira o Fórum das Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM), que apresentou o seu Manifesto sobre os Pactos Globais das Nações Unidas sobre Refugiados e para as Migrações, já entregue ao primeiro-ministro.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o FORCIM sublinha que acompanha o Conselho Europeu, pedindo alternativas a “um Regulamento de Dublin frágil e ineficaz”, entre outras questões “acesas” em torno da resposta da União Europeia às Migrações.

Eugénia Quaresma, diretora da Obra Católica Portuguesa para as Migrações, espera que os líderes da UE “consigam superar as suas diferenças e interesses individuais para encontrar um compromisso europeu que funcione para todos – refugiados, migrantes, e Estados-Membros – centrado no respeito e promoção dos direitos humanos”.

Por ocasião desta audiência, a delegação do FORCIM demonstrou-se preocupada com a possibilidade de se avançar com centros de “triagem de migrantes e refugiados” fora da UE, assim como com acordos com países terceiros para efeitos de controlo das migrações, a custo dos direitos humanos.

“A temática das migrações está na ordem do dia. Disse o Papa Francisco que muitos as veem como uma ameaça, mas elas são uma oportunidade de construir um futuro de paz. Nestes momentos, talvez mais do que nunca, ouvem-se as vozes de quem as veem como uma ameaça. Mas é importante reagir a essa onda e sublinhar a oportunidade que estas pessoas representam para o desenvolvimento dos países de origem e de destino”, sublinha o presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, Pedro Vaz Patto.

“O drama das travessias do Mediterrâneo vem colocar em evidência a importância da criação de canais regulares e seguros para refugiados e migrantes. Criar muros é, além do mais, irrealista. E também não podemos aceitar que migrantes e refugiados continuem reféns de redes de tráfico”, acrescenta.

A negociação em curso dos Pactos Globais das Nações Unidas, sobre Refugiados e para as Migrações, é vista como uma oportunidade para se demonstrar a “solidariedade dos Estados e contribuir realmente para o desenvolvimento de um sistema global de compartilha de responsabilidades”.

OC

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Agência ECCLESIA

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