Portugal: Novo Plano Nacional de Cinema

Depois de uma nova e muito discutida lei do cinema e audiovisual, a Lei nº 55/2012 publicada no passado dia 6 de setembro (http://www.ica-ip.pt/Admin/Files/Documents/contentdoc2315.pdf), acaba de ser anunciado o novo Plano Nacional de Cinema.

Criada pela Secretaria de Estado da Cultura e pelo Ministério da Educação e Ciência, a medida visa “a criação de novos públicos, a divulgação de obras cinematográficas de importância histórica, a sensibilização do público para as práticas cinematográficas e, em particular, para o cinema português”.

Para tal, foi apresentada publicamente uma lista de 37 obras cinematográficas contemplando filmes nacionais e estrangeiros de géneros diversificados, distribuída pelos vários níveis de ensino do 5.º ao 12.º anos da escolaridade obrigatória.

Numa primeira fase, o plano é implementado em vinte e três escolas-piloto do país, o que permite testar e avaliar a sua aplicabilidade a contextos diversos, contando cada projeto com a coordenação de um professor, sob responsabilidade do diretor da escola ou agrupamento.

A coordenação do Plano a nível nacional compete, especificamente, a Graça Lobo, aproveitando a sua experiência de pelo menos duas décadas na coordenação de iniciativas integrando as componentes de educação e cinema.

Não obstante o fato de não ter sido ainda publicamente apresentado em detalhe o Plano Nacional de Cinema, o que urge acontecer para que destinatários, meios de comunicação e público interessado possam apreciar devidamente a sua validade pedagógica (dissipando ou confirmando de modo fundamentado potenciais dúvidas), é, à partida, de louvar a iniciativa.

Num ensino obrigatório que ao longo de doze anos ignora de modo crasso a formação aprofundada e abrangente em comunicação audiovisual e novas tecnologias, resumindo-a à perspetiva utilitária e a competências técnicas no âmbito da disciplina TIC (tecnologias de informação e comunicação) – que invariavelmente os alunos já dominam no ano de escolaridade a que lhes acedem -, a possibilidade de abordagem cinematográfica pode constituir uma porta aberta ao aprofundamento e reflexão sobre a criação, a técnica, a comunicação e as formas, enfim, como através do cinema a vida se projeta.

Margarida Ataíde

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Agência ECCLESIA

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