Portugal: Nova igreja de Freamunde é finalista em Prémio Internacional de Arquitetura Sacra (c/fotos)

Pároco local fala em «grande reconhecimento»

Paços de Ferreira, 13 jul 2020 (Ecclesia) – O pároco de Freamunde, na Diocese do Porto, disse hoje que recebeu “com grande satisfação” a nomeação da igreja do Divino Salvador para os dez finalistas do Prémio Internacional de Arquitetura Sacra da Fundação italiana ‘Frate Sole’.

“É o ‘Pritzker’ da arquitetura sacra, o prémio máximo para a arquitetura sacra mundial, estarmos nos dez finalistas é já um prémio. É uma forma de confirmar as nossas opções, o nosso projeto tem muita qualidade – qualidade arquitetónica, litúrgica, a colocação dos elementos litúrgicos”, referiu o padre Manuel Luís de Brito à Agência ECCLESIA.

A igreja do Divino Salvador de Freamunde, no Concelho de Paços de Ferreira, Diocese do Porto, foi dedicada a 1 de dezembro de 2019; é um projeto do arquiteto Vítor Leal Barros.

“A comunidade ficou muito satisfeita com esta nomeação, o que é já por si um prémio. Entre 114 projetos de igrejas/capelas todo o mundo (33 países), estarmos entre os 10 finalistas é um grande prémio, um grande reconhecimento”, acrescentou o pároco.

O sacerdote destaca o “tratamento que foi dado à luz, o cuidado com a luz, a transparência”, falando numa “luz que remete para o transcendente”, personificando o desafio do Papa Francisco, que “quer uma igreja mais aberta ao mundo, uma igreja em saída”.

Foto: Paróquia de Freamunde

Neste contexto, o padre Manuel Luís de Brito realça também a parede do fundo da igreja do Divino Salvador que é em vidro, para o exterior, uma “simbiose entre o adro e o espaço interior, a luz, o adro como filtro, como momento de preparação para depois se entrar num espaço mais sagrado, mais de culto”.

No interior do templo, o sacerdote salienta a continuidade entre o ambão, o altar e a presidência, que são todos do mesmo material, em “mármore”, com um friso em bronze, e a ligação entre o presbitério e a assembleia, que “é do Concílio Vaticano II, não haver distanciamento”, algo que considera ter sido conseguido em “todo o espaço, a ideia da Igreja em comunhão”.

“Não é uma arquitetura conservadora. Nem caricatura de igreja que habitualmente vemos, imitam um barco, ou uma espiga, ou igrejas que imitam uma tenda. Quisemos fazer um edifício contemporâneo que fosse uma igreja e tentamos adotar o conceito do Concilio à arquitetura”, desenvolveu.

O padre Manuel Luís de Brito explicou que a elaboração do projeto exigiu uma decisão “amadurecida, pensada” e nasceu da necessidade que a paróquia tinha de um espaço com capacidade para acolher todas as pessoas, porque “a igreja matriz tem apenas capacidade para 180 lugares” e celebravam “há cerca de 25 anos no auditório do salão paroquial”.

A obra, orçada em 2,5 milhões de euros, num terreno doado por uma família, permitiu que a nova igreja de Freamunde tenha uma capacidade para 600 pessoas, uma sacristia, casa mortuária e uma sala polivalente.

Foto: Paróquia de Freamunde

O bispo do Porto, D. Manuel Linda, elogiou a nomeação para o concurso internacional de Arte Sacra numa publicação na sua conta na rede social Twitter.

Entre os finalistas da VII edição do Prémio Internacional de Arquitectura Sacra da Fundação Frate Sole está também a Capela Cohen (privada), nos Alpes Suíços, do arquiteto português Joaquim Portela.

O vencedor do prémio, que é entregue de quatro em quatro anos, vai ser anunciado no final deste mês de julho.

No ano 2000, o vencedor foi o arquiteto português Álvaro Siza Vieira com a igreja de Santa Maria, consagrada a 7 de julho de 1996, na Paróquia de Santa Marinha de Fornos, em Marco de Canaveses, Diocese do Porto.

CB/OC

 

Igreja de Freamunde

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Agência ECCLESIA

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