Portugal não é atractivo para os refugiados

O slogan do VII Congresso Internacional do Conselho Português para os Refugiados (CPR) – «Refugiados: novos desafios para o século XXI» “incomoda-nos e este incómodo deve transformar-se num desafio” – disse à Agência ECCLESIA Rui Marques, Alto Comissário para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME). Os milhões de refugiados que procuram um destino seguro – que lhes permita fugir à guerra, fome e às mais variadas cirscunstâncias – deveriam “ter nos países de acolhimento uma maior abertura” – frisou. Portugal “poderia e deveria” acolher mais refugiados. Para que tal aconteça é fundamental que o sistema de acolhimento “seja mais flexível e apto e responder aos desafios que se colocam”. E acrescenta: “também é verdade que não somos um dos destinos mais procurados”. Em relação ao número de pedidos, Rui Marques afirmou que este é “relativamente pequeno” mas a “atitude de tolerância e acolhimento devem ser itens fulcrais na sociedade portuguesa” para aqueles que procuram no nosso país um futuro para a sua vida. Ao falar de “Reinstalação de refugiados na Europa”, Bjarte Vandik, Secretário Geral da ECRE (European Council on Refugees and Exiles) disse aos participantes destes congresso a decorrer na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, nos dias 29 e 30 deste mês realçou o “bom trabalho” realizado pelo Conselho Português para os Refugiados (CPR). E deixou um apelo à Europa: “A União Europeia precisa de tomar medidas para aceitar os refugiados e deveria acolher 200 mil refugiados como os Estados Unidos da América”. Devido à “redução de ofertas de emprego e à crise económica”, Portugal não tem atraído os refugiados. “A tendência é que suba o número de pedidos porque para baixo é impossível” – disse o Alto Comissário. Aqueles que procuram protecção na Europa “merecem-na” porque – mesmo no século XX – muitos povos europeus “refúgio e abrigo noutros países”. À Europa é colocado um grande desafio: “ser menos egoísta” – realça Rui Marques.

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