Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz defende caminhos para a construção de paz duradoura
Lisboa, 06 jan 2022 (Ecclesia) – Pedro Vaz Patto, Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, disse à Agência ECCLESIA que o “momento eleitoral é um aspeto importante do exercício da cidadania”, referindo-se às eleições legislativas.
“A cidadania não se limita a este momento do voto porque depois há toda uma forma de contribuir, através de críticas construtivas, através de propostas mesmo para além do momento eleitoral, mas este é um aspeto importante no exercício desta cidadania”, refere o entrevistado do programa ECCLESIA desta quinta-feira, na RTP 2.
No âmbito da mensagem do Papa Francisco para Dia Mundial da Paz, Pedro Vaz Patto afirma que o Papa apela que na “política se procurem projetos compartilhados e sustentáveis” e que, mesmo na “evidência das divergências” se possam procurar o consenso.
Outro ponto que o Presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz destaca é o diálogo entre gerações, como “caminho para construir uma paz duradoura”.
“Uma árvore não cresce sem raízes para crescer e dar frutos, mas tem que ter raiz, é aquele legado que nos pode ser passado pelas gerações mais velhas, porque a história não começa agora e temos todos um lugar, um património que nos vem do passado e que nos é transmitido através das gerações”, sublinha.
Pedro Vaz Patto aponta ainda a crise demográfica, “que se vai sentir cada vez mais no futuro”, a não renovação das gerações e consequente “envelhecimento da sociedade”.
“Em tempo de pandemia tirámos uma lição que podemos escolher, melhorar no sentido de assistência a estas pessoas, o apoio que deve ser dado às pessoas que se dedicam ao cuidado dos idosos, que as instituições que o fazem e também conseguir tirar a ideia de que são um peso e que são inúteis, acho que é uma lição que nós deveríamos aprender”, sustenta.
O entrevistado recorda os três instrumentos para a construção de uma paz duradoura que o Papa cita: o diálogo entre gerações, a educação e o trabalho.
“Em relação à educação nós solicitamos que não deve ser vista como uma despesa mas como um investimento porque é fundamental para uma sociedade coesa; a questão do trabalho é posta em relevo porque o trabalho é inerente à nossa condição de pessoa, é uma forma de realização da dignidade da pessoa e por isso deve ser algo acessível a todos”, defende.
HM/SN
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