Conselho Nacional da associação reúne-se em Fátima
Porto, 13 fev 2016 (Ecclesia) – O Conselho Nacional da Associação dos Médicos Católicos Portugueses (AMCP) vai manifestar-se hoje em Fátima contra a despenalização da eutanásia, defendendo o “respeito” da “vida humana até morte natural”.
“O essencial da nossa posição, não há que ter qualquer dúvida, é que somos contrários à despenalização da Eutanásia e do suicídio assistido em Portugal”, disse o médico Carlos Alberto da Rocha, presidente da AMCP, em declarações à Agência ECCLESIA.
Para este responsável, o atual debate sobre a eutanásia é uma “oportunidade para se confrontarem visões diferentes sobre o homem”.
“É importante que os laicos digam o que entendem pelo ser humano, o homem, e como é que encaram a doença, o sofrimento e morte. Que propostas têm para oferecer aos portugueses nestas questões”, referiu.
Para Carlos Alberto da Rocha a questão “nem se devia colocar” mas, neste contexto, defende a realização de um referendo que numa questão de vida ou de morte “é essencial”.
“Um assunto desta gravidade não pode ser decidido pelos partidos na Assembleia da República sem uma grande discussão, reflexão, sem ouvir opinião dos portugueses e depois cada um apresentará os seus argumentos”, desenvolve o entrevistado.
O presidente da AMCP está convicto que este “é mais um prego” que está a ser cravado no “caixão do Portugal cristão” por quem não se revê e pretende Portugal “à sua imagem e semelhança”.
“Um cristão não defende sofrimento pelo sofrimento”, observa Carlos Alberto da Rocha, que alerta para a necessidade, pela “evolução da medicina”, de cuidados paliativos “bem feitos e com profissionalismo”, mas reconhece que esta resposta “ainda não é satisfatória em Portugal”.
“Não há só alívio da dor física mas também o acompanhamento do sofrimento existencial que é grande nesta fase. O sentido da existência é de algum modo posto em causa”, acrescenta.
O Conselho Nacional, da Associação dos Médicos Católicos, que vai reunir-se hoje em Fátima, congrega a direção nacional com representantes de todos os núcleos da associação, o representante na federação europeia, o diretor da Revista ‘Acção Médica’ e observadores convidados “sem direito a voto”.
Segundo o presidente da AMCP, o comunicado que manifestou o “solidariedade” pela decisão do presidente da República Portuguesa em pedir a reapreciação dos decretos número 6/XIII (relativo a alterações à legislação sobre o aborto) e 7/XIII (relativo à adoção por casais do mesmo sexo) pela Assembleia da República, foi uma forma de “marcar publicamente a posição” nestes temas.
Esta quarta-feira, a votação no Parlamento reconfirmou os dois projetos aprovados a 18 de dezembro mas vetados por Aníbal Cavaco Silva a 25 de janeiro.
“Aconteceu o que era de esperar e não estou admirado com esta posição. Ficava muito admirado se o Parlamento se arrependesse e discutissem”, observou Carlos Alberto da Rocha.
CB/OC