Porto, 03 abr 2015 (Ecclesia) – D. Carlos Moreira Azevedo, bispo português delegado do Conselho Pontifício da Cultura (Santa Sé), recordou Manoel de Oliveira como o artista do “sentido eterno do tempo” com uma obra de religiosidade “autêntica”.
“Nasceu para a vida eterna um Mestre da condição humana. Para o cineasta maior da nossa história é difícil encontrar o que se procura e a dignidade está na paixão de duvidar, de se interrogar, de questionar”, escreveu o prelado membro da Cúria Romana.
Na reflexão enviada hoje à Agência ECCLESIA, D. Carlos Moreira Azevedo recorda o artista do “sentido eterno do tempo” cuja obra transparece uma religiosidade “autêntica” vivida no “cerne das dores e das esperanças do quotidiano”.
Sobre o cineasta, que faleceu esta quinta-feira, acrescentou que refletia a “densidade dramática” dos problemas focados com arte e “ampliados com verdade e humor”.
“Não cedia à sedução do espetacular e aos especiais efeitos”, observou sobre Manoel de Oliveira que tinha paixão pelo “cinema de artesanato”.
Para o delegado do Conselho Pontifício da Cultura o realizador de cinema mostrava o “movimento radical” das emoções interiores e captava, “com lenta ironia”, a evidência dos “sentimentos humanos e o respirar das coisas”.
Manoel de Oliveira, desenvolve o bispo português, foi “homem livre na criação e provocador de lucidez” e convocou para a “responsabilidade de ser verdadeiramente humano”.
Manoel de Oliveira faleceu aos 106 anos de idade, depois de uma carreira como realizador que contou com mais de 50 filmes e que foi distinguida pela Igreja Católica em 2007, através da atribuição do Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes.
CB