Portugal: «Mais pobres continuam a ser os mais afetados pelas políticas de austeridade» – Comissão Nacional Justiça e Paz

Organismo católico reage a estudo sobre impacto da crise e da austeridade

Lisboa, 30 set 2016 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) alertou hoje para as consequências das medidas de austeridades em Portugal, afirmando que “os mais pobres continuam a ser os mais afetados” por essas políticas.

O organismo católico pronunciava-se em comunicado, enviado hoje à Agência ECCLESIA, reagindo aos resultados do estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos (coordenado pelo professor Farinha Rodrigues) sobre o impacto da crise e da austeridade nas desigualdades económicas em Portugal entre os anos 2009 e 2014,

“As estatísticas corroboram a informação que possuíamos sobre quem mais sofre com o impacto da crise, mas traz-nos dados ainda mais preocupantes”, sublinham os responsáveis da entidade, ligada à Conferência Episcopal Portuguesa.

A CNJP lamenta a “desigualdade gritante no acesso à justiça” e ao mercado de trabalho, com especial incidência nas mulheres e nos jovens.

“Na área da saúde, a situação é cada vez mais precária, pondo em risco a manutenção de um Serviço Nacional de Saúde para todos”, acrescenta o comunicado.

O documento aborda as questões da emigração dos mais jovens, do índice de pobreza nas mulheres, do aumento da pobreza infantil e o abandono de idosos.

“A Comissão Nacional Justiça e Paz alerta mais uma vez para uma situação que põe em grave risco a coesão social e a concretização, no nosso país, da Declaração Universal dos Direitos Humanos”, referem os leigos católicos que constituem o organismo.

O documento deixa um apelo a sociedade portuguesa para trabalhar pelo fim das desigualdades, a precariedade laboral e o desemprego, elogiando os projetos que ajudam a mostrar que “há saídas possíveis” para a crise.

OC

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Agência ECCLESIA

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