Segundo livro do Movimento Acção Ética procura «abanar a sociedade portuguesa para uma dimensão ética»
Lisboa, 03 abr 2024 (Ecclesia) – O Movimento Acção Ética (MAE) vai apresentar, no dia 8 de abril, a obra ‘Identidade e Família – Entre a consciência da tradição e as exigências da modernidade’, que reúne a reflexão de 22 pessoas da sociedade portuguesa.
“A família é, hoje, um tema fundamental das sociedades, da sociedade portuguesa, mas também de todas as sociedades. A família é a célula base, um núcleo essencial da formação de qualquer sociedade e, qualquer sociedade, também do Estado. Por isso mesmo, a família é um tema atual, um tema que no fundo tem a atualidade do ser humano, uma vez que o ser humano só existe e se desenvolve no seio familiar”, disse Paulo Otero, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O jurista, um dos fundadores do MAE, acrescenta que a família é também hoje, “nos últimos anos, nas últimas décadas, um problema por ser atacada”, por estar em causa o modelo de família que é, “no fundo, resultante da civilização judaico-cristã, da ordem de valores judaico-cristãos”.
Segundo o entrevistado, “a família é alvo de ataques”, e exemplifica que são ataques por parte do Estado quando “quer programar ideologicamente a educação das crianças”, e recordou “o drama que é a ideologia do género como forma de deturpar a realidade natural”.
Todos nós, como pessoas, é no seio das famílias que nos desenvolvemos, que formamos a nossa própria personalidade. Atacar a família é, no fundo, atacar a base da construção do modelo de sociedade, pondo em causa, naturalmente, os mais débeis, mas também os mais jovens na sua formação que, no fundo, são o futuro da sociedade, o futuro do país”.
O Movimento Acção Ética vai apresentar a obra ‘Identidade e Família – Entre a consciência da tradição e as exigências da modernidade’, a sua segunda edição, na próxima segunda-feira, dia 8 de abril, às 18h30, na Livraria Buchholz, em Lisboa, tendo convidado Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro de Portugal.
O livro coordenado pelos quatro fundadores do MAE – António Bagão Félix, Pedro Afonso, Paulo Otero e Victor Gil – conta com a colaboração de 22 autores, dos mais diversos quadrantes da sociedade portuguesa, de áreas como a medicina, a psicologia, académicos, pessoas ligadas à Igreja, clérigos, juristas, advogados, como Jaime Nogueira Pinto, D. Manuel Clemente, Manuel Ramalho Eanes, João César das Neves, Isabel Galriça Neto, Guilherme D´Oliveira Martins ou José Ribeiro e Castro.
“Procurámos ter uma cobertura transversal da sociedade portuguesa. São contributos não só com essa diversidade de formação científica e técnica dos autores, mas também, com diversidade de áreas políticas ou filosóficas dos respetivos intervenientes”, explicou Paulo Otero, no Programa ECCLESIA, transmitido esta terça-feira, na RTP2.
Para o jurista, essa diversidade “é a grande mais-valia” desse livro, porque não fazem só o diagnóstico da “situação da crítica à família como tema”, mas também o “abrir perspetivas críticas e soluções para o futuro no tratamento da família.
“Este é o segundo livro, que procura abanar a sociedade portuguesa para uma dimensão ética que faz falta na abordagem dos problemas políticos e esperamos que este novo período, que se inicia, seja um período de coragem, de levar mais longe a reflexão, mas também de levar mais longe medidas de natureza legislativa para darem um colorido ético, não apenas à família, mas também à ação do Estado, junto de todos os cidadãos”, concluiu Paulo Otero, um dos fundadores do MAE.
O Movimento Acção Ética nasceu a 1 de janeiro de 2021 e foi lançado publicamente no dia 10 de março do mesmo ano.
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