Portugal: Irmãs Hospitaleiras destacam «oportunidade» de partilha com cuidados continuados em saúde mental

Congregação tem três projetos-piloto prontos para começar em Braga e na região de Lisboa

Lisboa, 15 fev 2017 (Ecclesia) – A irmã Paula Carneiro, das Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, destacou a “oportunidade muito importante” para partilharem conhecimento com o avanço dos contratos-programa para a área da saúde mental na Rede Nacional de Cuidados Continuados.

“Vai ser uma oportunidade muito importante para nós enquanto instituição podermos dar o nosso know-how, oferecer o que o tempo nos foi ensinando e as equipas que temos com muita potencialidade para ajudar o próprio Governo e colaborar na estruturação da própria rede”, disse a conselheira da Província Portuguesa das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a religiosa congratulou-se pelo Governo Português “priorizar” a área da saúde mental que tem estado nas agendas politicas mas “não” viam a sua “efetividade no terreno”.

O Governo português reforçou os cuidados de saúde na área da saúde mental, num Despacho publicado em Diário da República.

Para a entrevistada, a rede de cuidados continuados em saúde mental integrada é oportunidade de evidenciar, na “prática do dia-a-dia muitas das respostas”, que já existem no terreno.

“Fazemos com a nossa boa vontade, os nossos técnicos, toda a equipa e os projetos que temos mas baseado num acordo de 1981 que está completamente desatualizado porque se orientava para o internamento”, desenvolve a irmã Paula Carneiro.

A Congregação das Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus tem três projetos-piloto para avançar, um na Casa do Bom Jesus em Braga na área do apoio domiciliário onde pretende-se evitar o “internamento em agudização e a própria institucionalização” mas “manter o máximo possível com atendimento interdisciplinar a pessoa com doença mental na sua residência”.

Os outros dois projetos são ao nível da infância e da adolescência na Casa de Saúde da Idanha, na região de Sintra, “vai ser inovadora” e “um desafio” sobretudo no âmbito da reabilitação, “num pós-internamento de agudização de adolescentes” para o qual “não há respostas” em Portugal.

“Estes adolescentes depois de um período de internamento, onde as abordagens são sobretudo farmacológicas e numa linha psicossocial, vão adquirir competências, treino das potencialidades para conseguir face a uma vida no qual tem de enfrentar com todas as dificuldades”, explicou a religiosa.

O despacho do Governo que autoriza as Administrações Regionais de Saúde a avançar com os contratos-programa celebrados com as entidades integradas ou a integrar a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), na área específica da saúde mental, foi publicado no dia 6 deste mês em Diário da República.

Segundo a irmã Paula Carneiro as pessoas vivem entre o “âmbito da saúde e da doença” e procuram um “equilíbrio no dia-a-dia” numa sociedade que “fragiliza” e torna as pessoas “cada vez mais vulneráveis”.

“Vamos como cidadãos e pessoas criando este potencial de desenvolvermos as fortalezas para conseguir que a nossa saúde mental e global seja uma realidade ou então todas estas circunstâncias pela realidade em que vivemos vão-nos fragilizando”, sublinhou.

Para além das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus, o Instituto São João de Deus é outras das congregações empenhadas no apoio a pessoas com doença mental.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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