D. Jorge Ortiga sublinha que monumentos e costumes cristãos podem ser fatores de criação de emprego
Lisboa, 01 mar 2013 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga e responsável pela Pastoral do Turismo da Igreja Católica considera que o Estado não pode investir em campanhas turísticas sem proceder à requalificação dos monumentos degradados.
“É inconcebível chamar as pessoas e depois mostrar quase como que um abandono do património”, declarou D. Jorge Ortiga à Agência ECCLESIA durante a BTL-Feira Internacional de Turismo, em Lisboa, certame onde a Igreja marca presença e que abre hoje ao público, após dois dias reservados a profissionais.
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana acentuou esta quarta-feira que “a Igreja está a fazer um grande investimento para inventariar os bens imóveis de que dispõe”.
“Ao dar a conhecer o património, explicando o seu sentido e significado, estamos a promover a cultura em Portugal e, por isso, a prestar um serviço ao país”, referiu o arcebispo, sublinhando que o turismo religioso, conjugado com a “paisagem” e a “gastronomia”, pode “criar empregos”.
D. Jorge Ortiga afirmou que a relação dos organismos católicos com o Estado no que diz respeito ao património é “pacífica” mas frisou que a Igreja precisa de “maior colaboração e comparticipação” por parte das entidades oficiais.
A presença no pavilhão 3 da Feira Internacional de Lisboa “é uma necessidade da missão da Igreja”, que tem “algo de especifico a comunicar” num setor que constitui “uma oportunidade para a evangelização”, assinalou.
Para o prelado os monumentos e santuários cristãos, a par do “património imaterial” composto por “costumes e celebrações”, ultrapassam a dimensão turística: “Não queremos que estas realidades se resumam a fenómenos olhados com curiosidade, mas que deles seja possível extrair algum significado para a vida pessoal”.
“O simples contacto com o património e a peregrinação são já uma proposta evangelizadora” ao proporcionar a passagem “do visível ao invisível”, salientou o diretor da Obra Nacional da Pastoral do Turismo, (ONPT) padre Carlos Godinho.
Na perspetiva da Igreja o turismo reúne a “dimensão cultural e espiritual”, apontou o responsável, que também acentuou a necessidade de formar pessoas que ajudem a compreender o património.
O recente projeto de resolução subscrito por deputados da maioria parlamentar, PSD e CDS/PP, que propõe ao Governo classificar o Turismo Religioso como produto estratégico, faz “justiça” ao setor, assinala o sacerdote.
O espaço da Igreja na Feira que decorre até domingo mostra um vídeo, além de publicações e desdobráveis do Secretariado Nacional dos Bens Culturais e do Comissariado da Terra Santa em Portugal, bem como de santuários nacionais.
Para esta noite está prevista a atuação de um grupo de cantores do Santuário de Fátima.
RJM