«Há muita coisa para nascer a esse propósito do envelhecer» – Padre José Manuel Pereira de Almeida
Lisboa, 04 out 2023 (Ecclesia) – A Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana, da Igreja Católica, vai refletir sobre o ‘Envelhecer’, o isolamento dos idosos e “outras tantas dimensões”, no seu 35.º encontro, de 16 a 18 de outubro, em Fátima.
“Uma das preocupações comuns aos Centros Sociais Paroquias, às IPSS, e também as de âmbito eclesial, que tendo começado à partida com o cuidado com os mais pequeninos, as creches, os jardins-de-infância, se viram abraços com a questão dos Centros de Dia e dos cuidados continuados. E temos acompanhado como tem sido a sustentabilidade destes serviços para que a vida seja vivida com qualidade até ao fim”, disse o padre José Manuel Pereira de Almeida, em entrevista à Agência ECCLESIA.
A Igreja Católica em Portugal promove o 35.º Encontro de Pastoral Social, intitulado ‘Envelhecer’, de 16 a 18 de outubro, no Steyler Fátima Hotel, em Fátima, uma iniciativa organizada pelo Secretariado Nacional da Pastoral Social (SNPS), em articulação como setor da Pastoral da Saúde.
O sacerdote, diretor do SNPS, explica que o “objetivo pragmático” do presidente da Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina (bispo de Santarém), com este encontro é que “saísse alguma coisa muito significativa” para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da responsabilidade da Igreja Católica.
“A sustentabilidade sobretudo é uma preocupação e creio que tem de ser dialogada no âmbito da sociedade civil”, acrescenta, adiantando que no SNPS querem “continuar a formação paulatinamente”.
O programa prevê várias conferências de investigadores académicos e testemunhos de movimentos e organizações católicas que acompanham a realidade da terceira idade, abordando áreas como a saúde mental ou os cuidados paliativos, entre outras.
No dia 17 de outubro, por exemplo, no painel da manhã, intitulado ‘Este país é para velhos? migrações e envelhecimento em Portugal’, surge de uma pergunta que o sacerdote de um artigo de 2022 da professora Liliana Azevedo (ISCTE), que com a também professora Rosa Cabecinhas (Universidade do Minho), vão falar desse tema a partir da “perspetiva das migrações”, que para a Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana “tem particular relevância”.
No último dia do 35.º Encontro de Pastoral Social, existem um painel dedicado aos Cuidados Paliativos, e, segundo o padre José Manuel Pereira de Almeida, apesar de em Portugal existir “um programa delineado ainda são para alguns”, e alerta que “não pode haver cuidados paliativos que não sejam bons”, porque deixam de ser paliativos.
“É o sentido mais completo do cuidar da fragilidade. Quando se inicia um tratamento, uma terapêutica, começam logo os cuidados paliativos, vão em crescendo quando as situações são menos fáceis de tratar ou não são capazes de ser tratadas”, acrescentou o sacerdote do Patriarcado de Lisboa formado em Medicina.
A conferência de encerramento é da responsabilidade da presidente da Cáritas Portuguesa, Rita Valadas, que, salientou o entrevistado, tem uma experiência “muito abrangente das questões sociais”, e propuseram que lhes “rasgasse horizontes quanto mais não seja de sonho”.
No programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2, o secretário da Comissão Episcopal Pastoral Social e Mobilidade Humana explicou ainda que o cartaz do 35.º encontro dedicado ao envelhecer é de um “nascer do sol”.
“Há muita coisa para nascer a esse propósito do envelhecer”, afirmou o padre José Manuel Pereira de Almeida.
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