Portugal: «Igreja Católica deve ter uma voz mais ativa», diz D. Serafim Ferreira e Silva

Bispo emérito de Leiria-Fátima abordou a sua vida e missão ao serviço das comunidades cristãs

Leiria, 16 jul 2017 (Ecclesia) – O bispo emérito da Diocese de Leiria-Fátima, D. Serafim Ferreira e Silva, elege o “culto da indiferença” como um dos maiores problemas da sociedade e diz que a Igreja Católica deve ter uma voz mais ativa na mudança.

Em entrevista ao jornal “Presente”, da Diocese de Leiria-Fátima, o prelado passou em revista a sua vida e missão na Igreja Católica, depois de ter completado há precisamente um mês 85 anos de idade (16 de junho).

D. Serafim Ferreira e Silva confessa que “sofre com os problemas de ordem moral, por exemplo com o culto da indiferença” e lamenta os “dramas socioeconómicos” que marcam a vida de tantas pessoas, “como o desemprego e o custo de vida”.

Sobre a família, que está atualmente em debate na Igreja Católica, o bispo emérito “reza para que esta instituição recupere todos os seus valores”.

Neste contexto, o prelado defende a necessidade da Igreja “ter uma voz mais ativa e revelar a sua posição sobre tudo o que se passa à sua volta”.

D. Serafim Ferreira e Silva exerceu a missão de bispo na diocese de Leiria-Fátima entre 1987 e 2006, tendo sido sucedido no cargo pelo agora bispo titular, D. António Marto.

Atualmente a residir no Santuário de Fátima, o bispo emérito, natural do Porto, frisa que apesar de ter concluído aquela missão pastoral continua “sempre disponível para um conselho, uma opinião, uma sugestão”.

Uma atitude que mantém no seio da Conferência Episcopal Portuguesa, onde gosta de ser visto como uma espécie de “irmão mais velho”.

“Procuro acompanhar a vida, nas suas vertentes eclesial e social. Um bispo emérito – e são mais de mil em todo o mundo – não é um reformado, sem mérito. A exortação apostólica 'Pastores gregis' diz que os bispos eméritos são ‘membros importantes do colégio episcopal’. Podem e devem continuar ativos no que puderem”, ressalva.

Ainda quanto ao seu percurso sacerdotal e episcopal, que passou também por Braga e Lisboa, o responsável católico realça que “em qualquer função, procurou sempre ser dialogal, na amizade sincera e na liberdade responsável”.

“Não esqueci o clero e o laicado, nem as instituições. Bem acolhido no meu jeito de ser, sinto-me grato pela compreensão e estima recíprocas”, acrescenta.

No que toca à Diocese de Leiria-Fátima, destaca uma região “harmoniosa” que “permite ao bispo acompanhar mais de perto todas as reais situações e ações”.

“O santuário de Fátima é uma riqueza e um desafio; o clero é prestigiado e unido; conta com leigos qualificados e instituições complementares”, conclui.

LMF/JCP

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