Fado tem “repertório poético que é tão sagrado quanto profano”, afirmou Aldina Duarte
Braga, 17 nov 2012 (Ecclesia) – “A solidariedade é um bem comum” e a “identidade cultural baseia-se também nela”, considera o psicanalista Carlos Amaral Dias, de acordo com texto da sua autoria lido hoje em Braga.
A conferência do especialista, ouvida por cerca de 300 pessoas reunidas no Salão Medieval da Universidade do Minho, sublinhou que “as pessoas que dedicam a maior parte das suas vidas a quem não tem identidade alguma” contam com essa solidariedade.
A intervenção fez parte do programa do “Átrio dos Gentios”, projeto do Vaticano para o diálogo entre crentes e não crentes que começou esta sexta-feira em Guimarães e termina hoje em Braga para debater o tema “O valor da vida”.
Para Carlos Amaral Dias a identidade, que permite um “sentimento de presença”, é um “bem precioso mas que se pode perder”.
No painel intitulado “Vida pessoal e vida coletiva na identidade cultural – psicologia e história”, Vasco Graça Moura lamentou o divórcio da cultura portuguesa com a “poesia popular” e observou que o distanciamento físico em relação a Portugal é fator de aprofundamento da identidade.
Aldina Duarte lembrou que o fado, com um “repertório poético que é tão sagrado quanto profano”, tem uma “matriz identitária incontestada, de tal forma que se tornou Património Imaterial da Humanidade”.
“O que canto é muito maior do que eu”, frisou, salientando que “a criação artística é exigente”.
O ‘Átrio dos Gentios’, que pode ser seguido em direto com emissão vídeo online assegurada pela Agência ECCLESIA, em parceria com o portal SAPO, termina com a ‘Missa Brevis’, de João Gil, marcada para as 21h30 na Catedral de Braga.
RJM