Portugal: «Há situações de trabalho infantil que as pessoas aceitam bem», lamenta Fátima Pinto

Presidente da CNASTI fala em «dever» de denunciar exploração dos mais novos

Foto: RR/Henrique Cunha

Porto, 11 jun 2023 (Ecclesia) – A presidente da Confederação Nacional de Ação sobre Trabalho Infantil (CNASTI) alertou situações de exploração laboral de menores que a sociedade portuguesa continua a “aceitar bem”.

“O trabalho infantil artístico, o trabalho infantil na moda, o trabalho infantil e a exploração infantil no desporto”, elencou Fátima Pinto, convidada da entrevista semanal conjunta Ecclesia/Renascença, que é emitida e publicada aos domingos.

Na véspera do Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, a entrevistada aludiu, em particular, às crianças estrangeiras que chegam aos “principais clubes” do futebol português, falando de “situações dessas em praticamente todos”.

“Não podemos trazer uma família para Portugal e depois fazer de conta que ela não existe. Quem os traz para Portugal também tem de assumir algumas responsabilidades”, adverte.

A presidente da CNASTI sublinha que a prostituição infantil e a mendicidade são, “reconhecidamente, uma realidade que é necessário combater em Portugal”, convidando todos os cidadãos a denunciar situações suspeitas.

“É um dever de todos denunciar e alertar”, indica a responsável, para quem “a pobreza anda sempre de mão dada com a exploração de trabalho das crianças”.

Há uma consciência clara de que todos temos obrigação de ajudar a combater o trabalho infantil é nós Portugal, que temos uma experiência de combate e até bem-sucedida; temos obrigação de partilhar esta experiência e de ajudar os outros países a combater a sua realidade”.

Fátima Pinto refere ainda que a CNASTI quer refletir sobre a carga horária, curricular e extracurricular, observando que muitos menores “têm um horário de trabalho superior ao dos pais”.

Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

 

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Agência ECCLESIA

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