Portugal: Grupo «Economia de Francisco» desafiou a viver um Natal «mais sustentável»

«Cabeça, mãos, coração», foi o foco da campanha que não se esgota na quadra natalícia

Lisboa, 26 dez 2022 (Ecclesia) – O grupo ‘Economia de Francisco – Portugal’ desafiou a viver um Natal “mais sustentável”, usando a cabeça, as mãos e o coração, e Rita Nascimento explicou que “o foco deve ser na economia circular e no local”.

“Todos nós tentamos de há uns anos para cá ter uma vida mais sustentável: Aqui o foco deve ser na economia circular e no local, e isso é o mais sustentável”, explicou hoje Rita Nascimento, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Segundo a jovem entrevistada, que pertence ao grupo ‘Economia de Francisco – Portugal’, ‘economia circular’ é o “comprar em segunda mão”, que é sempre o mais sustentável, já foi usado e vai ser dada “uma nova vida”, obviamente comprar usado “nem sempre é possível”, e tem de haver sempre alguém que “compra novo para as outras pessoas comprarem em segunda mão”.

“Não é só bom para o ambiente, é também bom para a carteira. Seja roupa, sejam brinquedos, há imensa coisa em segunda mão, e, por exemplo, para os nossos filhos fazemos muito isso”, acrescentou.

Para Rita Nascimento, esta parte da poupança económica “pode ser uma forma de convencer as pessoas” aderirem, e lamenta o “estigma contra o segunda mão, o reutilizar”, não se poder dar prendas que “já foram usadas”, questionando: “Se estiver em bom estado porque é que não há de ser um bom presente”.

Sobre o comprar local, afirma que é muito importante “ajudar o comércio” de proximidade, em vez de “comprar a grandes marcas, que produzem lá fora”.

A entrevistada, que está a fazer o doutoramento em sustentabilidade, lembrou também as marcas sustentáveis, que “são tipicamente mais caras, não são para todas as carteiras”, mas destacou a lógica de “comprar menos e pensar um bocadinho mais”.

O grupo ‘Economia de Francisco – Portugal’ desenvolveu uma Campanha de Natal que incentivou a “ser mais sustentável”, e que estava “muito ligada” à mensagem do Papa Francisco, no encontro mundial realizado em setembro, na localidade italiana de Assis: “Da cabeça, das mãos, do coração”.

“Tem muito a ver com o pensar nas coisas, com o dar, o receber, e a misericórdia. A humildade e a caridade, o coração é muito este amor, e é isso que o Papa nos pede e o foco tem que ser esse, menos no consumismo”, desenvolveu, lembrando o stress de muitas pessoas, nos últimos dias antes do Natal, “à procura de prendas”.

Rita Nascimento, que trabalha com projetos de inovação social, referiu-se também à ‘Economia de Francisco’ e às instituições de ensino superior, bem como aos grupos que já promovem união entre a gestão e a sustentabilidade, como a ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores, “há muitas empresas que estão a fazer esse caminho”.

“Temos de ser benevolentes e dar-lhes tempo porque depende do tamanho, é algo demorado. Mas, como consumidores, como clientes, como colaboradores, temos que fazer essa força, cabe-nos a nós dizer que tem de haver essa mudança. É o futuro que está em causa”, desenvolveu, assinalando que e “muitos especialistas e economistas falam no conceito do ‘valor partilhado’, na entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

Sobre 2023, Rita Nascimento partilhou que o grupo ‘Economia de Francisco’ – Portugal’ está a planear a sua participação na edição internacional da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, que se vai realizar de 1 a 6 de agosto, e a ideia, que estão a desenvolver, passa por “trazer outras pessoas da ‘Economia de Francisco’” que venham nessa data a Portugal.

HM/CB

 

 

 

O caminho da sustentabilidade construído em família, com Rita Nascimento e João Antunes – Emissão 13-10-2022

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