Instituição pontifícia promoveu «mais de duas dezenas de iniciativas» pela Igreja que sofre em Portugal, em 2024
Lisboa, 11 dez 2024 (Ecclesia) – O secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a mobilizar benfeitores e amigos para uma “campanha de ajuda de emergência” para os cristãos na Síria, que vivem “dias históricos” com a mudança de regime político.
“O ano de 2024 termina com a Fundação AIS a mobilizar os seus benfeitores e amigos em Portugal para uma campanha de ajuda de emergência para os cristãos da Síria, país que está a viver dias históricos com a queda do regime de Bashar al-Assad”, explica a Fundação AIS em Portugal, numa nota enviada hoje à Agência ECCLESIA.
Este domingo, dia 8 de dezembro, a demolição de um monumento dedicado a Hafez al-Assad, o pai do presidente sírio Bashar al-Assad, em Damasco, capital da Síria, conquistada pelas milícias do Hayat Tahrir al-Sham (Hts), marcou o fim de uma família no poder nesta nação árabe desde 1971, após 14 anos de guerra civil.
O secretariado português da instituição pontifícia destaca que esta campanha solidária para a Síria “é apenas um exemplo das ações de solidariedade e de oração” promovidas pela Ajuda à Igreja que Sofre em Portugal, neste ano de 2024.
“Chegamos ao fim do ano com o sentimento de que há sempre muito por fazer no apoio aos cristãos perseguidos, no apoio à Igreja que sofre em tantos lugares do mundo. Todas as campanhas que promovemos revelaram-se essenciais”, salienta a diretora da AIS Portugal
“Mais de duas dezenas de campanhas” mobilizaram milhares de portugueses e permitiram apoiar “milhões de cristãos em países como a Ucrânia, Burquina Fasso, Moçambique, Haiti ou Iraque”, o Líbano, países onde a Igreja sofre por ser muito pobre, ou onde a guerra e o terrorismo têm forçado multidões a fugir, como do Sudão para o Sudão do Sul, à Igreja da Ucrânia.
A Fundação AIS mobilizou também os seus benfeitores e amigos em Portugal para “rezarem pelos cristãos perseguidos”, pessoas que, por causa da sua fé, “são vítimas de violência, do ódio e do desprezo, às vezes, até da própria sociedade”.
“Olhando para trás, para o que foi feito desde Janeiro até Dezembro, temos a convicção absoluta de que, graças à solidariedade dos portugueses, graças às campanhas realizadas, salvámos vidas concretas, pessoas, alimentámos quem estava a passar fome, demos roupa a quem não tinha que vestir, demos educação às crianças e jovens, demos abrigo a quem perdeu tudo, por causa da guerra e dos ataques terroristas, mas, acima de tudo, demos esperança”, desenvolveu Catarina Martins Bettencourt.
“Demos esperança, rezámos muito, e procurámos denunciar ao mundo as situações de injustiça em que se encontram tantas e tantas comunidades cristãs, vítimas da intolerância religiosa.”
O secretariado português da AIS explicou que as comunidades cristãs precisam de ajuda também por causa das “calamidades naturais”, como na Nigéria, apoiou a realização de “mais de 1600 campos de férias para crianças em necessidade em 18 países”, do Egipto à Jordânia, do Iraque à Geórgia e Cazaquistão.
“Muito significativa foi também a campanha lançada em Portugal de apoio à Igreja em Cabo Delgado, em Moçambique”, segundo a fundação pontifícia, 2024 terá sido um dos anos “mais graves desde Outubro de 2017”, início da violência de grupos jihadistas, “que a reivindicam pertencer ao Daesh”, o autoproclamado Estado Islâmico.
Das várias iniciativas realizadas destaca-se também o lançamento do Relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’, sobre a violência contra os cristãos no mundo, no Mude, o Museu do Design, em Lisboa, e em outras dioceses de Portugal, a adesão ao evento internacional ‘Um milhão de crianças rezam o Terço pela Paz’, na Capelinha das Aparições, em Fátima, a portuguesa Sílvia Duarte, que participou numa corrida de atletismo, em Lisboa, para chamar a atenção para o drama do terrorismo em Cabo Delgado.
CB/OC