Presidente da instituição comenta relatório do Observatório dos Sistemas de Saúde
Lisboa, 18 jun 2013 (Ecclesia) – O presidente da Federação das Instituições da Terceira Idade (FITI) considera que o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), divulgado hoje, tornou “visível o que se passa por todo o país”.
José Carlos Batalha sublinhou à Agência ECCLESIA que o “momento da crise que a sociedade portuguesa vive” tem “repercussões muito mais sensíveis na população mais frágil”, como são os idosos.
Segundo o relatório do OPSS, o risco de pobreza e exclusão social nos idosos situava-se “nos 24,5% dos portugueses com 65 ou mais anos, bastante acima da média de 20,5% dos 27 Estados-membros da União Europeia”.
Os idosos são, desde logo, uma camada da população “mais frágil” e “mais atingida” com os efeitos da crise, salientou o responsável da FITI.
Por outro lado, a Terceira Idade acaba por ser, em muitas situações, “o garante de algum equilíbrio em termos de economia doméstica”, disse.
Apesar das dificuldades “que se podem adivinhar pelos indicadores”, tendo em conta os exemplos “de carência extrema”, surgem demonstrações de criatividade e solidariedade que estão para além da ação do Estado e parecem inscritos numa matriz de sobrevivência e ao mesmo tempo de solidariedade primária ou essencial”, esclarece o relatório do Observatório.
O idoso, “com a sua magríssima reforma”, ainda é capaz de ajudar os familiares, “em seu próprio prejuízo”, realça José Carlos Batalha.
A riqueza da Terceira Idade é um património, visto que “viveu noutros tempos com valores dos quais não abdica” e um deles “é a poupança”, afirmou o dirigente da FITI.
Com os “magros euros”, um idoso acaba por apoiar a família e não coloca no topo das prioridades “os cuidados com a saúde e com os medicamentos”, acrescentou.
Numa sociedade “demasiado egoísta”, José Carlos Batalha denuncia que “as pessoas vivem nas suas ilhas e não querem saber do vizinho do lado”.
“Muitos idosos não têm um fim de vida digno”, concluiu.
LFS