Portugal: Família Franciscana celebrou os 800 anos dos Mártires de Marrocos e da vocação de Santo António

Jubileu vai decorrer até janeiro de 2021

Coimbra, 17 jan 2020 (Ecclesia) – A Família Franciscana Portuguesa assinalou os 800 anos dos Santos Mártires de Marrocos e da vocação de Santo António com uma peregrinação à Diocese de Coimbra, que guarda as relíquias destes frades no Mosteiro de Santa Cruz.

“A Família Franciscana está em festa, todos aqueles que procuram viver e ser cristãos ao jeito de Francisco de Assis, e em Portugal por causa dos 800 anos dos Mártires de Marrocos”, disse frei Daniel Teixeira, da Ordem dos Frades Menores, em declarações à Agência ECCLESIA.

Esta quinta-feira, dia 16 de janeiro, comemoraram-se os 800 anos do martírio dos primeiros frades que São Francisco de Assis enviou em missão para Marrocos – os italianos Vital, Berardo, Pedro, Acúrsio, Adjuto e Otão – que em 1220 foram degolados.

A morte dos frades franciscanos e a chegada das suas relíquias, à igreja de Santa Cruz de Coimbra, impressionou o neo-sacerdote Fernando Martins de Bulhões que decidiu, nesse mesmo ano, fazer-se frade menor, assumindo o nome de António; Os restos mortais dos Santos Mártires de Marrocos foram enviados para Portugal pelo infante D. Pedro.

Neste âmbito, na Diocese de Coimbra estão a viver o ‘Jubileu dos Mártires de Marrocos e Santo António – Coimbra 1220-2020’, desde domingo, que termina no dia 17 de janeiro de 2021.

“[Jubileu] É sempre um desafio para nós. Ao celebrarmos os 800 anos não podemos não tentar procurar voltar ao que é a essência dos Franciscanos na simplicidade, na pureza, no desprendimento, na desapropriação, no desapego das coisas para acolher este Deus”, explicou frei Daniel Teixeira.

Por sua vez, o provincial dos Franciscanos Conventuais em Portugal afirmou que o jubileu é uma ocasião para “dar a conhecer, em primeiro lugar, a figura dos Santos Mártires de Marrocos que são muito famosos em Coimbra mas nem em todo o país” e destacou que Santo António antes do “exemplo de ser mártir” viu o testemunho missionário destes frades.

Frei Fabrizio Bordin realçou que os cinco frades italianos “deixaram uma grande marca” na Família Franciscana porque foram “os primeiros mártires” desta ordem fundada por São Francisco de Assis e “o dinamismo missionário que a Família Franciscana tem no seu seio através do testemunho de muitos santos”.

Do programa da peregrinação da Família Franciscana destacou-se a Missa, na igreja de Santa Cruz, e a inauguração de uma exposição itinerante, que recorda o santo português, desde o nascimento à sua morte, no Convento de Santo António dos Olivais, onde foi aberta uma segunda porta santa.

Frei Severino Centomo, membro da comissão executiva do Jubileu 2020, explicou que procuram “transmitir a força da fé” que conduziu o santo português “por toda a vida” e começa por recordar “os vários lugares por onde passou e deixou uma marca importante”, em Portugal – Lisboa e Coimbra, Itália – Sicília, Pádua, Monte Paolo, França.

O frade Franciscano Conventual acrescentou que na segunda parte da exposição são apresentados “milagres e feitos” que “recordam a força e os frutos desta fé” de Santo António, “coisas espantosas, sobrenaturais mas profundamente humanas”, como os milagres para “ajudar os pobres, fazer despertar a fé, recuperar a alegria”.

O ‘Jubileu dos Mártires de Marrocos e Santo António – Coimbra 1220 – 2020’ só termina a 17 de janeiro do próximo ano, um dia depois da celebração litúrgica dos Mártires de Marrocos, e

Para a vivência deste ano santo, nesta quinta-feira, também foi lançado um guia do peregrino que “não é histórico ou artístico”, mas é um subsídio para “parar, refletir, para pensar e para rezar”.

“Uma espécie de vade-mécum para habituarmo-nos a dar um sentido profundo à própria vida”, destacou Frei Severino Centomo, sobre o guia que também apresenta um “pouco da história do convento, da vida de Santo António e dos Santos Mártires”.

Os santos mártires franciscanos foram canonizados pelo Papa Sisto IV, em 1481, e frei António, que morreu a 13 de junho de 1231, em Pádua, foi proclamado santo, a 30 de maio de 1232.

LFS/CB

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Agência ECCLESIA

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