Portugal/Família: Combater «visão redutora do matrimónio»

Católicos têm «obrigação» de apoiar os pobres e quem vive sozinho, diz bispo responsável pelo laicado

Lisboa, 01 jun 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica quer combater a “visão redutora do matrimónio” e levar as famílias cristãs a testemunhar as suas convicções “com alegria e firmeza convincentes”, declarou o bispo responsável pelas organizações de leigos em Portugal.

Os católicos devem “apresentar com renovado vigor a verdade sobre o matrimónio e a família e a sua importância para a estabilidade e humanização da sociedade”, sublinhou D. Antonino Dias em entrevista publicada à Agência ECCLESIA, a respeito da sua participação no 7.º Encontro Mundial das Famílias (EMF), que decorre entre quarta-feira e domingo na cidade italiana de Milão.

O presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família está convencido de que esta estratégia vai contribuir para fortalecer os agregados familiares e dar “razões de esperança” aos que “atravessam situações muito difíceis e dolorosas”.

O também bispo de Portalegre-Castelo Branco é um dos integrantes da comitiva portuguesa presente em Milão, cidade que hoje recebe Bento XVI, para encerrar o EMF 2012.

A iniciativa, dedicada ao tema “A Família: o trabalho e a festa”, constitui um desafio aos “decisores políticos e económicos” e a “todos quantos cuidam do bem comum”, para que “sintam o dever de proteger e defender a instituição familiar e de lhe favorecer, por direito, condições de vida digna e com qualidade”, apontou D. Antonino Dias.

Depois de salientar que “não se pode repensar a Igreja em Portugal” sem reavaliar a sua estratégia para a família, o responsável lembrou a “obrigação” que assiste aos católicos de “prestar atenção aos outros, sobretudo os que vivem sozinhos e os pobres e necessitados, para que todos se sintam amados e úteis e não peso ou estorvo”.

Além desta entrevista por correio eletrónico, o tema central do Semanário dedicado à Família inclui o depoimento de um solteiro e uma divorciada que decidiram casar civilmente, ao mesmo tempo que ela apresentou às instâncias judiciais da Igreja um pedido de nulidade relativo ao sacramento do Matrimónio antes celebrado.

“Vivemos momentos de ansiedade à espera de notícias do Tribunal, de dúvidas sobre a continuidade do processo, de alguma revolta por não ser mais rápido e até de vontade de desistir”, escrevem Luís e Paula, que foram aconselhados a colaborar na paróquia “de forma discreta” e a comungar noutra comunidade, entre outras sugestões.

Jorge Cotovio, por seu lado, descreve a insistência que há 18 anos leva a Diocese de Coimbra a organizar a Festa das Famílias, de onde irradiam diversas atividades de apoio aos agregados familiares e que constitui uma oportunidade para congregar pessoas e instituições afastadas da Igreja.

“Algumas destas pessoas até podem não frequentar assiduamente o templo, mas será um ótimo ensejo para se irem sentindo envolvidas por este Deus que as ama sobremaneira”, refere o diretor da Pastoral Familiar da diocese coimbrã.

O dossier da Agência ECCLESIA sobre o EMF compreende também um artigo sobre as consequências do desemprego, redigido por Paulo Aido: “Todos nós conhecemos alguém encurralado, sem soluções, rasteirado por uma crise que o apanhou desprevenido e que agora olha à sua volta e não vê ninguém, olha-se ao espelho e nem se reconhece”.

“O que fizermos – ou não fizermos – nestes dias de tempestade dirá muito mais sobre o sentido da nossa fé do que podemos imaginar”, conclui o jornalista.

RJM

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