Iniciativa da Rede Europeia Anti-Pobreza acredita que horizonte eleitoral pode favorecer luta pela coesão social e direitos humanos
Lisboa, 18 mai 2015 (Ecclesia) – A Rede Europeia Anti-Pobreza (EAPN Portugal) quer definir uma estratégia nacional para a erradicação da pobreza e exclusão social, juntando hoje partidos políticos com assento na Assembleia da República e representantes da sociedade civil.
Com o aproximar de eleições legislativas, a organização considera importante “ouvir as propostas dos programas eleitorais dos partidos políticos relativamente a esta temática”, acreditando que o próximo ato eleitoral pode “marcar a diferença através de uma aposta clara na coesão social, onde os direitos dos cidadãos são protegidos e onde a luta contra a pobreza e a exclusão social se assume como uma prioridade na agenda política", afirma num comunicado enviado à Agência ECCLESIA o padre Jardim Moreira, presidente da organização em Portugal.
Na Sala do Senado, na Assembleia da República, a partir das 14h00, representantes dos partidos políticos com assento parlamentar vão discutir as suas propostas, num debate conduzido pela jornalista Maria Flor Pedroso, que culminará na apresentação de conclusões pela economista Manuela Silva.
A EAPN Portugal dinamiza um grupo de trabalho sobre o tema da pobreza e da exclusão social que, ao longo dos últimos meses, realizou vários encontros com vista a refletir sobre o impacto da crise sobre os direitos das pessoas em situação de maior vulnerabilidade social, a somar ao dos fatores tradicionais de pobreza e exclusão.
Conscientes de que qualquer estratégia “não pode estar alheada do contexto mundial e europeu”, a organização sublinha ser “possível e indispensável que Portugal adote uma Estratégia Nacional para a Erradicação da Pobreza”.
“Ao nível mundial, as Nações Unidas estão prestes a definir um novo enquadramento global de luta contra a pobreza, baseado em 17 objetivos e cujo primeiro é a erradicação da pobreza em todas as suas formas (objetivos de desenvolvimento sustentáveis) cuja aprovação – ou não – será em setembro próximo”.
A pobreza, indica a EAPN Portugal é o “resultado da escolha de um modelo de desenvolvimento económico que privilegia o lucro do capital financeiro e favorece a concentração da riqueza, a corrupção e a perigosíssima polarização da sociedade”.
“Mais do que ações avulsas, é necessário concertar políticas para ações globais duradouras e justas”.
A erradicação da pobreza, sugerem, necessita de “medidas políticas sérias, à luz do que está consignado nos Direitos Humanos, para salvaguardar as pessoas que se veem privadas de exercer a sua plena cidadania e dignidade”.
LS