Prémio Internacional reconhece «trabalho pedagógico e de educação», diz membro português do comité mundial
Lisboa, 21 jul 2011 (Ecclesia) – A Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) recebeu, esta quarta-feira, em Lisboa, o «Prémio Internacional» atribuído pela Fundação Calouste Gulbenkian, pelo seu contributo no diálogo e a aproximação entre as diferentes culturas, religiões e gerações.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o português João Armando Gonçalves, membro do comité mundial do escutismo, frisou que este movimento foi “reconhecido pelo seu trabalho pedagógico e de educação”.
Este «Prémio Internacional» que “alimenta o ego e sabe bem”, como referiu o João Armando, tem como valor monetário (100 mil euros) e foi dividido, em partes iguais, entre a OMME e a Fundação Internacional Yehudi Manuhin, a outra vencedora.
O movimento escutista não trabalha “para o reconhecimento”, no entanto para os voluntários que se ocupam na divulgação da mensagem de Baden-Powell “é importante haver estes doces para poder confirmar que aquilo que se faz tem importância”, sublinhou o membro do comité mundial do escutismo.
Constituído por um grupo de 12 voluntários, o comité coordena as “grandes atividades e as grandes políticas” do escutismo.
O projeto escutista tem “significado e sentido” para os jovens, visto que eles “sentem-se atraídos” e vivem a “igreja fora das quatro paredes”, acrescenta João Armando.
O prémio foi entregue a Luc Panissod, secretário-geral da OMME, instituição constituída por 32 milhões de pessoas, em 161 países.
O chefe-nacional do Corpo Nacional de Escutas (CNE), Carlos Alberto Pereira, disse à Agência ECCLESIA que o “reconhecimento de uma instituição portuguesa com o prestígio da Gulbenkian foi saboroso”.
O tema que enfocava o concurso de 2011 – diálogo intergeracional e inter-religioso e intercultural – “é algo que o escutismo, a nível mundial, faz de forma bem feita e de forma séria”, realça Carlos Alberto.
O ano pastoral do CNE foi dedicado ao tema da «Caridade» – tendo como referência Madre Teresa de Calcutá – e para o próximo ano o foco “estará na temática «Caminhos de Esperança»”, adiantou este responsável
Com o aproximar do jamboree mundial e de vários acampamentos regionais, o chefe nacional do CNE sublinha que “as grandes atividades são importantes para o movimento, mas o escutismo faz-se no dia a dia, paulatinamente, nas aprendizagens e no percurso que cada miúdo define para si próprio”.
O contacto com a natureza é uma das particularidades do escutismo porque este “faz-se por definição fora das sedes e ao ar livre”.
Na gala da Fundação Calouste Gulbenkian, para além da OMME foram também distinguidos nas vertentes artística (Pedro Carneiro), educativa (Fernando Pádua e Maria Amélia Ferreira), científica (Nuno Peres) e de beneficência (AEIPS).
A Organização Mundial do Movimento Escutista é uma organização internacional, não-governamental, composta por três órgãos: Conferência Mundial do Escutismo, Comité Mundial do Escutismo e «Bureau» Mundial (serviços de secretariado).
A instituição fundada por Baden-Powell está presente há várias décadas em Portugal, onde a Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP) e o Corpo Nacional de Escutas (CNE) desenvolvem o seu trabalho, tendo neste momento um efetivo de mais de 75 mil associados reunidos na Federação Escotista de Portugal, entidade que congrega as duas associações nacionais.
LFS