Portugal: Escutismo, 90 anos de atualidade

Chefe nacional diz que movimento mantém capacidade de «dar respostas» ao mundo de hoje

Braga, 25 mai 2013 (Ecclesia) – O chefe nacional do escutismo católico em Portugal considera que o movimento mantém a capacidade de “dar respostas” com que nasceu, assinalando os 90 anos de presença no país com uma mensagem de esperança no futuro.

“O movimento surgiu para dar respostas”, refere Carlos Alberto Pereira, responsável máximo pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE) – Escutismo Católico Português, que esta segunda-feira celebra o seu 90.º aniversário, em entrevista à Agência ECCLESIA e ao programa ‘Ser Igreja’, da Arquidiocese de Braga.

Segundo este responsável, essa preocupação “ainda se justifica mais” atualmente, dado que a sociedade “está muito materializada, muito relativizada” e a enfrentar “uma mudança de paradigma muito grande”, por causa da globalização.

“A minha principal preocupação é que sejamos dignos do passado e para isso temos de construir um futuro que espelhe aquilo que foi no passado”, precisa.

Carlos Alberto Pereira aponta, entre as prioridades para o futuro o desenvolvimento de uma proposta educativa de “integração”, que inclua adultos com deficiência mental, projeto em fase “experimental”, na área de Guimarães.

O atual chefe nacional destaca a importância do escutismo como “o maior movimento de educação não-formal” e lembra as suas ligações, em Portugal, à Igreja Católica, dado que visa “a construção da cidadania, à luz do Evangelho”.

Esses valores cristãos são transmitidos na promoção de experiências, adequadas a cada idade, de “entreajuda, solidariedade, autonomia, responsabilidade, vivência e testemunho da fé”.

“O futuro será, de facto, melhor”, declara o responsável máximo do CNE.

Outra marca do escutismo é a preocupação com a “educação ambiental”, que se estende à variante marítima do movimento, com atividades aquáticas.

O CNE nasceu em Braga a 27 de maio de 1923 pelas mãos do arcebispo local, D. Manuel Vieira de Matos, e do monsenhor Avelino Gonçalves.

Carlos Alberto Pereira lembra D. Manuel Vieira de Matos como “um grande reformador” que ajudou à afirmação do escutismo, mesmo no período “complicado” da I República, em que o movimento chegou a ser “clandestino”.

“Se não fosse a sua tenacidade, o seu saber e querer, as coisas não teriam avançado”, realça.

O 90º aniversário do CNE está a ser comemorado oficialmente na cidade da fundação, entre hoje e amanhã, com o Conselho Nacional Plenário, um Fogo de Conselho que contará com a presença de todos os conselheiros e, no domingo, uma missa de ação de graças presidida por D. Jorge Ortiga.

Esta celebração será transmitida em direto no site www.flordelis.pt e na televisão, através do Meokanal 635333.

O CNE tem 56 344 crianças e jovens, rapazes e raparigas, entre os 6 e os 22 anos, e mais de 13 mil voluntários adultos permanentes.

IV/OC

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