Portugal/Ensino: Presidente da Associação das Escolas Católicas afirma que o Ranking das Escolas «é um instrumento entre vários», que tem de ser contextualizado

«Não pode ser um instrumento visto de uma forma absoluta e isolada» – Fernando Magalhães

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Lisboa, 16 jun 2023 (Ecclesia) – O presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) disse que o Ranking das Escolas, divulgado hoje relativo ao ano 2022, “é um instrumento entre vários”, que tem a sua importância, “indiscutivelmente”, mas tem que ser contextualizada, e fundamentalmente relativizada a esse nível.

“Não pode ser um instrumento visto de uma forma absoluta e isolada como se servisse apenas para dizer estes são os melhores, aqueles são os mais ou menos, e aqueles, coitadinhos, são os piores. Por isso, digo, é um instrumento que pode ser importante mas tem o seu contexto e é nesse contexto que deve ser visto”, afirmou Fernando Magalhães, em declarações à Agência ECCLESIA.

O presidente da APEC sublinha que, “sem desprimor dos resultados”, de alguma forma “também têm de ser desconstruídos, explicados”, e apresenta como “exemplo mais simples” deste dia de divulgação do Ranking das Escolas 2022, de manhã, um dos canais televisivos abriu a indicar “um colégio a destronar outro, que estava em segundo lugar e no ano passado tinha estado em primeiro, e num meio da imprensa escrita era “o inverso, porque os critérios aplicados são diferentes”.

“Este é dos exemplos mais simples para demonstrar quanto efetivamente tudo isto precisa de ser desconstruído e ajudado a uma leitura. Sem prejuízo disso, muita importância ao contexto: O contexto das escolas, o contexto de quem é que é submetido à avaliação, e, acima de tudo, o que tem que estar subjacente são os alunos”, acrescentou.

Fernando Magalhães explica que “as leituras tendem a ser muito imediatistas”, as pessoas quando olham para o ranking das escolas querem ter um determinado resultado, “uma leitura rápida”: “Quem é que está em primeiro; quem está em segundo; quem é que é o primeiro deste distrito; quem ficou a baixo; quem desceu, quem recuperou”.

Foto Lusa

O presidente da Associação Portuguesa das Escolas Católicas lembra que o contexto de um Estabelecimento de Ensino podia ser um determinado num ano “e, este ano, pode ser outro completamente diferente”, como do grupo de alunos submetidos a avaliação, “que podia ter um determinado de características e este ano é um grupo completamente diverso”.

“Às vezes, quando nos sentamos com os pais a ajudar a desconstruir estes equívocos as pessoas ficam perplexas porque não estavam a contar com essas outras possibilidades de leitura, mas são essas que também têm de ser feitas. Isto, sem desprimor da satisfação, dos parabéns que se têm de dar aos estabelecimentos que levam a cabo projetos de ensino de grande qualidade e que tendem a determinados resultados, mas quantos também tendem a outro nível de projetos de ensino de enormíssima qualidade que, tendo outros contextos, não chegam a um determinado tipo de resultado que os coloca numa posição do ranking mas efetivamente têm um contributo notável para o processo educativo dos seus alunos”, desenvolveu.

Fernando Magalhães é o diretor do Externato Frei Luís de Sousa (EFLS), da Diocese de Setúbal, que está no Ranking das Escolas 2022, e explica que a sua leitura “é exatamente a mesma”, “não é uma enquanto presidente da APEC e outra enquanto diretor do colégio”.

Segundo este responsável, os alunos do EFLS, em Almada, mais do que estes rankings “são capazes de valorizar muito as Olimpíadas Nacionais” em que participam, como de Física, de Matemática, ou as de Língua Portuguesa, onde este ano tiveram “um lugar de grande destaque” que “galvanizou o colégio”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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