Responsáveis de várias confissões estiveram com Marcelo Rebelo de Sousa, no Porto
Porto, 09 mar 2021 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que discursou hoje no encontro inter-religioso promovido por Marcelo Rebelo de Sousa, no início do seu segundo mandato como chefe de Estado, disse à Agência ECCLESIA que este foi um “gesto muito significativo”.
“É um gesto muito significativo, um presidente dizer, ao tomar posse, que é preciso criar pontes, que as diferenças encontrem maneira de se exprimir mas que colaborem, precisamente por serem diferentes, para o bem deste país e do mundo”, referiu D. José Ornelas.
Para o bispo de Setúbal, “é importante” que – desde os dirigentes “às pessoas de todos os dias” -, existam encontros para que todos abracem o “processo” de viver “com as diferenças”, construindo um mundo juntos.
Marcelo Rebelo de Sousa tomou hoje posse para o seu segundo mandato presidencial, com um programa que incluiu uma celebração inter-religiosa no Porto, à imagem do que aconteceu em 2016, então na Mesquita de Lisboa.
Segundo D. José Ornelas, o presidente da República Portuguesa deixou uma mensagem em favor do “direito de livre expressão”, sem que faça dele “um terreno de conquista e de manipulação de interesses próprios”.
Já para Jorge Pina Cabral, bispo da Igreja Lusitana (ramo da comunhão anglicana em Portugal), a iniciativa promovida pelo chefe de Estado reconhece o “papel das religiões e das diversas Igrejas na sociedade portuguesa”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o responsável destacou também que as religiões e as Igrejas têm tido um “papel muito importante” face à pandemia de Covid-19.
“O presidente está, acima de tudo, a valorizar este contributo que as religiões têm dado em Portugal e, ao mesmo temo, a valorizar o papel das diversas minorias religiosas na sociedade portuguesa. Por isso, ficamos muito agradados por este convite”, desenvolveu Jorge Pina Cabral.
O bispo da Igreja Lusitana espera cinco anos de “grande cooperação” com Marcelo Rebelo de Sousa, à imagem do primeiro mandato.
Abdul Rehman Mangá, presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto, que o presidente da República neste local, após a oração inter-religiosa, disse que a visita do chefe de Estado foi um “sinal”, para que as pessoas se sintam “à vontade, num país de acolhimento”, com as mesmas condições para todos, falando numa “grande bênção”.
“É importante esta missão do presidente da República em tentar unir todos os portugueses, sejam de que religião sejam, mesmo que não pratiquem qualquer religião, de modo a que possamos caminhar para o bem-estar do nosso país”, indicou.
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